A Federação Nacional de Professores (Fenprof) estima que cerca de "três centenas" de docentes que se consideram lesados no concurso de colocação nas escolas possam vir a recorrer aos tribunais. Na maior parte dos casos, os professores queixam-se de terem sido ultrapassados por colegas com classificações inferiores. A notícia foi ontem avançada pelo "Expresso" e confirmada ao PÚBLICO por Francisco Almeida, da Fenprof. "As novas regras de colocação dos professores e também a forma como o Ministério da Educação [ME] está a interpretar algumas situações deram azo a que, este ano, as reclamações fossem muito superiores às registadas em anos anteriores. Penso que serão mais de 300 os docentes que se sentiram injustiçados", explicou o dirigente sindical.De acordo com Francisco Almeida, tal como determinam as regras do Código do Procedimento Administrativo, os docentes que admitem ter sido lesados "começaram por recorrer hierarquicamente". No caso, para o secretário de Estado da Administração Educativa. "Ao que parece, quase todos os recursos estão a ser indeferidos", adianta o sindicalista. Neste quadro, resta aos professores recorrer aos tribunais administrativos. No limite, os docentes poderão até mover acções cíveis e reclamar indemnizações ao Estado. "Estamos em crer que é isso que vai acontecer", revela Francisco Almeida. O "Expresso" indica que, em Lisboa, já deram entrada no Tribunal Administrativo pelo menos onze processos. |