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Cravos vermelhos

Celeste Caeiro eternizou o cravo vermelho como símbolo da Revolução. Morreu hoje!

15 de novembro, 2024

Celeste Caeiro, a mulher que ficou eternizada como símbolo da Revolução dos Cravos, faleceu hoje aos 91 anos. Celeste tornou-se uma figura icónica na história de Portugal ao distribuir cravos vermelhos durante o 25 de Abril de 1974, gesto que deu origem ao nome da revolução que marcou o fim da ditadura do Estado Novo.

Nascida em Lisboa, Celeste trabalhava num restaurante que, naquele dia, encerraria as portas em celebração de sua inauguração. Como o evento foi cancelado devido aos acontecimentos revolucionários, Celeste levou consigo os cravos que seriam usados na decoração e, ao passar pelas ruas da capital, começou a oferecê-los aos soldados. O gesto simples tornou-se um poderoso símbolo de paz e de esperança, marcando uma ruptura pacífica com quase meio século de regime autoritário.

“Eu não sabia que estava a participar num momento histórico. Só queria ajudar e mostrar apoio àqueles que estavam ali. Nunca pensei que um cravo tivesse tanto significado”, recordou Celeste numa das suas muitas entrevistas ao longo da vida.

O papel de Celeste na Revolução dos Cravos foi reconhecido diversas vezes, sendo homenageada por entidades culturais e políticas, que destacaram a importância do seu gesto na criação de um símbolo universal de resistência pacífica e mudança democrática.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já lamentou a sua morte, destacando que "Celeste Caeiro foi mais do que uma testemunha da história. Ela personificou a capacidade do povo português de transformar um momento de tensão em algo belo e inspirador”.

O funeral de Celeste Caeiro será realizado em cerimónia reservada à família, mas o país já anunciou diversas homenagens póstumas para recordar o seu contributo singular para a democracia portuguesa.

Celeste deixa um legado de simplicidade e força, lembrando a todos que, mesmo nos momentos mais difíceis, gestos pequenos podem mudar o rumo da história.