e a CGTP a sua expressão"
"A CGTP-IN é um enorme colectivo com princípios, objectivos e linhas de acção programática construídos por todos os seus membros, a partir de concepções políticas, sociais, religiosas e culturais múltiplas. Temos sindicatos com culturas e projectos politico-sindicais diferenciados; temos que desenvolver lutas profissionais, lutas dos diversos sub-sectores, quer do privado, quer do público; temos que desenvolver lutas de empresa, sectoriais, regionais e nacionais. Mas há que convergir, articular toda a acção, tendo presente os objectivos e temas comuns. O movimento sindical tem que ser um todo, e a CGTP a sua expressão, tanto orgânica como de coordenação da acção e da luta. Trabalharemos a preparação do 11º Congresso (previsto para o início do próximo ano) com todas estas preocupações. "
"Os desafios e combates têm campos diversos
dentro e fora dos locais de trabalho"
"Não somos e não queremos ser um sindicalismo de parceria, sem contudo, abdicarmos de toda a intervenção institucional, agindo nela com propostas e estratégias de acção sempre em benefício dos trabalhadores e concretizando um projecto sindical reivindicativo, proponente e transformador. Privilegiamos o trabalho de base, mas não nos fechamos nem fecharemos nos locais de trabalho onde conseguimos representação, porque os desafios e combates têm campos diversos dentro e fora dos locais de trabalho.Somos um sindicalismo solidário, transformador e com sentido de universalidade, valorizando a unidade de acção de todos os trabalhadores, o que nos obriga, no actual contexto nacional europeu e mundial, a desafios acrescidos para atingimos, quer um posicionamento e uma acção úteis na denúncia e combate às violências e injustiças do sistema capitalista - agora na fase da globalização neoliberal marcadamente imperialista e belicista -, quer uma luta eficaz por caminhos alternativos ao actual sistema. Estes são os parâmetros de orientação que balizam a nossa intervenção, quer no plano interno, quer a nível europeu, quer ainda a nível mundial. "
"Forte ofensiva contra os trabalhadores"
"O Governo persiste num conjunto de políticas que exigem prosseguimento e ampliação da luta dos trabalhadores: na Administração Pública; no combate ao desemprego e contra a precariedade; na denúncia do agravamento do custo de vida; na segurança social; na saúde; no ensino; na defesa de direitos e melhoria de salários reais.
O Patronato prossegue políticas em que não assume as suas responsabilidades para a mudança e de afrontamento aos trabalhadores: bloqueia a contratação colectiva; desrespeita direitos laborais e sociais; impõe mais precariedade e mais desemprego.
A União Europeia, com o lançamento do Livro Verde das Relações de Trabalho, visa implementar a flexisegurança, que é afinal a tentativa de liberalizar os despedimentos, de precarizar ainda mais o mercado de trabalho, procurando aniquilar o direito do trabalho e atacar a contratação colectiva. Em Portugal as alterações legislativas que vêm sendo tomadas, nomeadamente, por via do Código do Trabalho, da Lei de Bases da Segurança Social, da legislação laboral para a Função Pública, e do que já se perspectiva no Livro Branco das Relações Laborais - num quadro em que o défice orçamental é invocado para reduzir o papel do Estado nas áreas sociais e na Administração Pública - constituem a expressão duma forte ofensiva contra os trabalhadores e exigem uma resposta firme e determinada. Na Presidência Portuguesa na União Europeia, surgirão um conjunto de temas que vão exigir dos sindicatos muita atenção e acção."
"Cinco campos de acção prioritários"
"A 4ª Conferência sobre Organização Sindical deixa definidos cinco campos de acção prioritários: 1. Revitalizar a negociação colectiva e assumi-la como prioridade contínua 2. Combater a precariedade; 3. Desenvolver o trabalho "a partir da base", reforçando o projecto CGTP-IN e reforçar a representatividade (sindicalização) para sermos eficazes ; 4. Conjugar a actividade nas empresas e serviços - que tem que ser contínua, proponente, reivindicativa, em torno de pequenos e grandes problemas e interesses imediatos dos trabalhadores, no concreto de cada situação - com a mobilização de massas por causas mais gerais; 5. Reforçar o trabalho na formação sindical de delegados e dirigentes sindicais e a nossa informação e propaganda."
Passagens da intervenção de Manuel Carvalho da Silva
na intervenção de encerramento da 4ª Conferência sobre Organização Sindical, Lisboa, 26 de Janeiro de 2007