Numa altura em que cerca de um milhão de trabalhadores se encontram numa situação de precariedade, em que se generalizam as práticas que convertem o trabalho precário num flagelo do mundo laboral; em que a precariedade, afetando todos, incide de forma particular sobre os jovens, com uma larga maioria que só conhecem a instabilidade no trabalho, é preciso que este grande coletivo responda mais uma vez a um problema que afeta os trabalhadores, os jovens e a generalidade das famílias em Portugal.
A precariedade é uma praga que importa combater com todas as nossas forças. Por isso, vamos lançar uma Campanha Nacional Contra a Precariedade pelo Trabalho com Direitos.
Quando nos anos 80 iniciámos uma campanha para acabar com o trabalho infantil, muitos afirmaram que, sendo uma causa justa, seria impossível por se tratar de uma questão cultural.
Na batalha que agora vamos travar, enfrentaremos os que enriquecem com o trabalho precário, os que com ele fazem negócio e os que o consideram natural, inevitável e normal.
Tal como nessa altura, como em todas as batalhas, a mobilização dos trabalhadores, de todos os trabalhadores, será fundamental para uma ação persistente e tenaz, que não vai parar até que o objetivo de erradicar a precariedade esteja alcançado. / Arménio Carlos, XIII Congresso da CGTP-IN, Almada, 26 e 27 fevereiro 2016