A FENPROF reúne esta sexta-feira, dia 27 de Agosto, no Ministério da Educação, em reunião que será de negociação do projecto de despacho que visa estabelecer as regras para a calendarização dos procedimentos avaliativos, as regras para a elaboração do relatório de auto-avaliação e as fichas de avaliação global.
Tendo em consideração o projecto de despacho apresentado, bem como os seus anexos, percebe-se ainda melhor que o actual modelo de avaliação – cuja possível alteração se encontra prevista para o final do corrente ano lectivo – não se distancia do anterior como deveria e era importante que acontecesse. Dois exemplos apenas:
- O relatório de auto-avaliação, que os professores terão de apresentar ano sim, ano não, pelas regras propostas, não corresponde a qualquer procedimento simplificado, pelo contrário, é complexo e parece querer dar prioridade às aparências, nele designadas por “evidências”, com prejuízo para o desempenho efectivo das funções docentes;
- As fichas de avaliação global voltam a cair em erros já anteriormente detectados, como os níveis de “cumprimento do serviço” que não têm em conta situações legalmente protegidas por lei, como a gravidez ou o parto, ou as ausências por doença, para acompanhamento de filhos menores, ao abrigo da condição de trabalhador-estudante, entre outros direitos legal e constitucionalmente estabelecidos.
Desacordo global com o modelo
que se mantém em vigor
Na reunião, a FENPROF reafirmará o seu desacordo global com o modelo que se mantém em vigor, que continuará a burocratizar a vida dos professores e das escolas, ainda mais num momento em que os horários de trabalho dos docentes se encontram excessivamente preenchidos e com pouco tempo para o que é essencial na vida profissional dos docentes.
Isto, apesar de ligeiras melhorias, como sejam a atribuição de carácter facultativo à entrega de objectivos individuais ou, para a esmagadora maioria das situações de carreira, da observação de aulas, bem como alguma diluição do papel do director, ainda que pouca, no quadro do órgão pedagógico da escola e da comissão nele constituída para este efeito.
Apesar do seu desacordo global que, aliás, não constitui novidade, a FENPROF estará na reunião procurando, com a sua intervenção, banir ou atenuar os efeitos mais negativos de aspectos que integram este projecto de despacho e os seus anexos.
O Secretariado Nacional da FENPROF