Nacional
FENPROF REAFIRMA PROPOSTA

Acabar com "horários-zero" e restituir professores às suas escolas, onde fazem falta!

06 de agosto, 2012

Depois de se terem mantido na aplicação do concurso para Destacamento por Ausência de Componente Letiva (DACL) mais de 90% dos docentes aí “despejados” por ordem do MEC, na sequência de terem ficado na situação de “horário-zero”, as escolas e agrupamentos terão novo acesso a essa aplicação entre 9 e 13 de agosto.

Como se sabe, estes são professores necessários às escolas que, no entanto, ficaram em “horário-zero” porque, deliberadamente, o MEC tomou medidas para que tal acontecesse. Em reunião realizada em 27 de julho, com a FENPROF, o Ministro Nuno Crato reconheceu esta situação como um problema a merecer uma solução necessariamente rápida, dada a proximidade do ano escolar 2012/2013.

Nesse sentido, a FENPROF reafirmou hoje (6/08/2012), junto do Ministro da Educação e Ciência, a proposta já antes apresentada com vista a, não só, resolver o problema dos “horários-zero” dos docentes, como a restituir às escolas os professores que lhes são imprescindíveis para que levem por diante todos os projetos e atividades que são importantes e necessários à qualidade e diversidade das respostas educativas e formativas, bem como às boas aprendizagens dos alunos.

Essa proposta vai no sentido de, a todos os professores, ser atribuído um mínimo de 6 horas letivas (a que acrescerão, se for caso disso, outras atividades docentes até ao completamento do horário de trabalho). Para além das aulas, atividades como a coadjuvação à monodocência no 1.º Ciclo ou a desenvolvida com turmas ou grupos de alunos, em qualquer setor de ensino ou educação, deverão merecer o enquadramento legal previsto nos artigos 77.º e 78.º do Estatuto da Carreira Docente.

Assim, ao invés de abrir a aplicação às escolas, para que retirem mais alguns professores do concurso a DACL, muitos desses mantendo-se, contudo, na situação de “horário-zero”, o MEC deverá esvaziar essa aplicação, integrando os docentes nas suas escolas ou agrupamentos. Manter-se-ia assim, apenas, o concurso para Destacamento por Aproximação à Residência (DAR) a que se candidatariam eventuais interessados.

Caso a decisão seja em outro sentido, mantendo milhares de professores em “horário-zero” a quem, por imperativo legal e por agora, terão de ser atribuídas atividades não letivas, começa a ficar ainda mais clara a intenção do Governo de, logo que possa, alterar ou romper o vínculo laboral desses docentes, com o objetivo de os afastar do sistema educativo, o que merecerá da FENPROF forte contestação e combate.

O Secretariado Nacional da FENPROF
6/08/2012