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Nota da CGTP no Dia Mundial contra a Pobreza

A pobreza combate-se com outras políticas

17 de outubro, 2003

No Dia Mundial Contra a Pobreza, a CGTP-IN não pode deixar de denunciar o facto de uma parte significativa da Humanidade ainda viver o tremendo flagelo da pobreza, da fome e da exclusão social, apesar de, globalmente, no mundo se criar cada vez mais riqueza.

As assimetrias entre países ricos e pobres têm-se vindo acentuar, fruto das políticas neo-liberais de vários estados do Mundo, nomeadamente dos EUA que tem uma política expansionista, visando explorar e apropriar-se dos bens de outros povos.

É fundamental que cresçam fortes movimentos de solidariedade e reivindicativos no Mundo para que se imponham políticas de desenvolvimento económico e social nestes países flagelados pela pobreza.

Portugal está inserido num continente onde se produz mais riqueza, com índices elevados de desenvolvimento económico e social, mas há que ter presente que, em 1999, 15% da população da U.E. estava em risco de pobreza. O nosso país encontra-se na cauda da U.E.,com uma taxa de pobreza relativa de 23% e de pobreza persistente (há mais de 3 anos) de 15%, quando a média na U.E. é de 18 e 9% respectivamente.

Portugal é o país da U.E. onde se regista maior desigualdade entre ricos e pobres, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2003: os indivíduos que se incluem nos 10% mais ricos auferem um rendimento 15 vezes superiores aos 10% mais pobres, sendo as mulheres as mais penalizadas.

A situação em que se encontra Portugal resulta, como a CGTP-IN tem vindo afirmar, das políticas económicas e sociais aplicadas por diversos governos.

Portugal é o país onde o salário mínimo nacional é mais baixo. O mesmo se verifica com salário médio e, por consequência, com as pensões de reforma.

A precariedade, o desemprego, os baixos níveis de escolaridade e de formação, a profunda e gritante injustiça fiscal e a economia clandestina concorrem para que o País não saia desta situação.

As políticas orçamentais para 2004, apresentadas pelo Governo do PSD/PP, obedecem à mesma matriz, o que contribuirá para que o nosso país continue a ser o que tem maiores índices de pobreza.

A CGTP-IN e os trabalhadores, com a sua acção e intervenção por melhores salários, melhor ensino e melhor protecção social e mais justiça fiscal e respeito pelos direitos, estão a dar um sério contributo para inverter a politica prosseguida e construirmos uma sociedade mais justa, solidária, onde a pobreza e a exclusão social não tenham sentido.

Lisboa, 2003-10-17
CGTP-IN