M.S.Tavares pronunciou-se na SIC, no dia 27 de Setembro, sobre o “acordo de princípios” assinado, em Janeiro, entre os professores e o Ministério da Educação. Sousa Tavares está no direito de emitir os juízos que bem entender. Não devia porém, pelo respeito à sua deontologia profissional, recorrer a mentiras – talvez resultantes da preguiça de não recolher informação fidedigna.
De facto, no processo de avaliação de desempenho que o ME impôs às escolas – e que continua a merecer o desacordo da FENPROF – os docentes (professores e educadores) não terão todos “muito bom e óptimo” (sic!). Como em todos os serviços da Administração Pública, 5% terão Excelente e 20% Muito Bom. Bastaria que o M.S. Tavares, no respeito pela profissão de jornalista, se desse ao trabalho de ler a legislação que, alegadamente, pretende combater.
Também é falsa a sua afirmação de que “passam a ganhar todos mais automaticamente”! Decorrente daquele acordo por que os professores muito lutaram, todos poderão atingir o topo da carreira – e essa foi uma importante vitória dos professores –, mas tal acontecerá com ritmos diferenciados e excessivamente lentos: demorarão, regra geral, 36 anos a atingi-lo! (Recorde-se que, pelo estatuto de 1998, o topo se atingia com 26 anos de serviço e que a média, na OCDE, é de 24 anos). Não é, de resto, verdade que tenham passado todos a ganhar mais, para além de não serem automáticas as progressões na carreira, pois dependem de avaliação e formação contínua.
Como todas as discussões, também esta só faz sentido se os interlocutores assumirem uma atitude séria e intelectualmente honesta. Sempre que fala de professores, M.S.Tavares revela-se incapaz de assumir tal atitude. O que é lamentável...
O Secretariado Nacional da FENPROF
28/09/2010