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Duas secções temáticas

A Inclusão no centro do Congresso da IE

25 de julho, 2011

Duas secções temáticas abordaram, na manhã de 24 de Julho, a Escola Inclusiva. Num primeiro painel o tema foi “Será a Escola Inclusiva uma possibilidade real ou um sonho?” e no segundo afirmava-se “A Escola Inclusiva no centro da comunidade”.

Os participantes nos painéis manifestaram a sua preocupação face ao que consideram as soluções neoliberais de promoção do sucesso individual, em detrimento de uma escola pública onde se ensine, eduque e forma. Uma escola inclusiva é aquela em se trabalha com preocupações pedagógicas; é aquela em que a gestão é democrática; é a que é pública, gratuita, laica, de qualidade e para todos e todas – afirmava Fátima Aparecida, da CNTE, Brasil.

Christine Blower, Secretária-Geral da NUT, da Grã Bretanha, não só corroborava o que antes fora dito, como considerava que os Sindicatos deverão estar na primeira linha do apoio e da exigência de inclusão na escola, como na sociedade que, de acordo com Carmen Vieites, de Espanha, se distingue positivamente de assimilação ou integração, olhando, agora a inclusão, numa perspectiva mais ampla do que a que habitualmente se aborda.

Da Indonésia chegava a preocupação em relação ao currículo. A questão não é a de definir um currículo diferente, porque mais simples, mas não capacitador. O desafio é que o currículo seja o mesmo e os apoios existentes permitam compensar as dificuldades. Esta afirmação era corroborada pela Nova Zelândia que considerava que a escola deverá levar cada aluno a dar o seu máximo e alguns, para o conseguirem, terão de ser devidamente apoiados. “Recursos, recursos, recursos” era o que, em síntese, os representantes finlandeses diziam fazer a diferença entre sistemas educativos.

A posição da FENPROF

O Secretário-Geral da FENPROF participou nestas secções de trabalho e, usando da palavra no primeiro, afirmou que a Escola Inclusiva e a qualidade na Educação são, naturalmente, possibilidades reais. O problema é que, sendo opções caras que exigem investimento, muitos governos preferem, por isso, ficar pela ignorância e de optar por soluções segregadoras.

Para a FENPROF, a escola que inclui, tem turmas de pequena dimensão, tem equipas multidisciplinares, tem apoios para todos os alunos com dificuldades de aprendizagem, independentemente da sua origem ou natureza, tem professores especializados e formação para os professores das turmas para que saibam trabalhar com a diferença, desenvolve um grane trabalho com as famílias desenvolvendo, junto das crianças, uma intervenção precoce.

Mas isto sai caro, acrescentou e exige investimento, daí a direita preferir afirmar que a escola inclusiva é a escola do facilitismo e uma certa esquerda, estando no poder, impor soluções que retiram apoios a muitos alunos com necessidades especiais, criarem escolas ditas de referência em que concentram alunos portadores de deficiência, integrando, mas não incluindo, optem por currículos alternativos, o que sempre ajuda a que sujam estatísticas mais favoráveis. E esclareceu ser isso o que, desde 2008, acontece em Portugal.

Concluiu lançando um repto à IE: lançar um Manifesto Mundial em defesa da Escola Inclusiva, que contenha as bases dessa mesma escola. Será um instrumento importante de exigência e luta nos países de todo o mundo. A FENPROF estará disponível para participar activamente nesse trabalho.