Gestão Democrática das Escolas

Encontro Nacional “Democracia para a Escola” em discurso directo: ouvimos e registámos

02 de julho, 2010

Mega-agrupamentos são opção política de matriz economicista. Em nome de princípios administrativos e com vista a reduzir trabalhadores, docentes e não docentes, esmaga-se a democracia, a participação e o interesse pedagógico.

A precariedade e o desemprego são riscos acrescidos para o próximo ano lectivo. Levámos esta preocupação à reunião com o Presidente da República e confirmámos que o congelamento de admissões na Administração Pública não inclui a Educação e a Saúde. Isso dá-nos força para exigirmos o concurso em 2011.

Mário Nogueira, Secretário Geral da FENPROF



Os agrupamentos representam um novo nível no reforço de centralização (…) O poder central controla tudo através das plataformas de controlo informático (…) O Director é o rosto estampado do Ministério da Educação, não é o rosto da Escola (…) A lógica dos agrupamentos poderia ter sido interessante, conduzida de outra forma; a que temos é uma visão tecnocrática, centralizadora (…) À ponta da baioneta, as escolas são transformadas em repartições.

Precisamos de um Ministério da Educação mais humilde, mais moderado, com mais consciência dos problemas, mais próximo das escolas, mais solidário (…) Precisamos de um órgão de verdadeira direcção, que não é o actual Conselho Geral (salvo raras excepções). Na maior parte dos casos, o CG é uma espécie de assembleia geral de uma associação recreativa.

Licínio Lima, investigador e docente da Universidade do Minho


Depois de quatro anos de enorme tensão e instabilidade, esperava-se que a nova equipa do ME elegesse como prioridade restituir às escolas alguma tranquilidade. Não é isso que está a acontecer. Nas últimas semanas, os responsáveis pela gestão das escolas têm vindo a ser contactados pelas DREs para serem postos perante um facto consumado: os agrupamentos de escolas já existentes e as escolas secundárias vão ser fundidos em unidades organizacionais de maior dimensão, com a consequente concentração de serviços e dos órgãos de administração e gestão na escola sede. 

Manuela Mendonça, Secretariado Nacional da FENPROF


É urgente olhar para os directores de turma, é urgente encarar os problemas da indisciplina e violência na escola (…) Deixo aqui um apelo: mobilizem os professores mais novos, sindicalizem-nos (…) O Conselho geral não serve para nada… estamos fartos de instabilidade!

Adelino Lopes, presidente do CG do Agrupamento de Escolas da Pedrulha


É fundamental a participação e o envolvimento dos professores (…) As lideranças têm que ser um acto colectivo, ninguém sozinho consegue pôr de pé um projecto educativo (…) Há uma representação desproporcionada das autarquias (…) Somos prisioneiros da informática e da burocracia (…) Não podemos baixar os braços. Os mega-agrupamentos não são viáveis em termos de gestão.

João Jaime, Director da Escola Secundária de Camões, Lisboa