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Cláudia Marques - Professora Contratada Agrupamento de Escolas da Sertã

Falta equidade e justiça no modelo de avaliação

27 de julho, 2011

Foram várias as opiniões recolhidas por docentes contratados, sendo todas elas centradas nos seguintes aspectos:

  • De difícil aplicabilidade e percepção, por parte de avaliados e avaliadores;

  • Os documentos utilizados para observação de aulas e evidências diferem de escola para escola, o que por si só introduz um factor de desigualdade;

  • Os avaliadores possuem uma carga burocrática enorme, muitos documentos para preencher, sem que lhes sejam atribuídas horas suficientes para tal. Assim sendo, o apoio dado aos avaliados para reuniões e esclarecimento de dúvidas ou até, discutir situações de melhoria da prática docente e troca de experiências, (seria o objectivo último), na maioria das vezes não é viável;

  • A data de entrega do relatório de auto-avaliação, no caso dos professores contratados, difere da data que consta na legislação, ou seja, 5 dias antes do término do contrato. A referida data varia de escola para escola e dentro da própria escola as datas também diferem. Na última parte do ano lectivo em que o trabalho atribuído aos docentes é também díspar, a desigualdade de circunstâncias aumenta. Entende-se a razão pela qual é solicitado esse relatório antes do tempo estipulado por lei, em 5 dias teria de se operacionalizar todo o processo, dependendo do número de professores contratados e dos recursos que eventualmente pudessem existir, seria impensável terminar dentro do prazo do contrato (31 de Agosto). Tendo em conta o referido, em alguns casos, o desenrolar deste processo acontece no período de férias tanto de avaliados como de avaliadores. Acresce aos professores contratados a manifestação de preferências (concurso nacional de professores) também nas férias (sem datas previamente estipuladas), aumentando a angústia de todos estes docentes;

  • O modelo do relatório de auto-avaliação varia de escola para escola, incluindo mais uma variável neste processo;

  • O facto da nota atribuída na avaliação de desempenho, ser um parâmetro para o concurso nacional de professores, é extremamente injusto, tendo em conta o supracitado pelas divergências apresentadas. Este processo de manifestação de preferências é totalmente alterado se, à graduação de cada professor for acrescido um (muito bom) ou dois valores (excelente), influenciando a sua colocação e logicamente a sua vida tanto profissional como pessoal, já marcada por anos de instabilidade;

Por estes motivos consideramos que este processo não é equitativo e consequentemente justo.

Cláudia Marques
Professora Contratada Agrupamento de Escolas da Sertã