Negociação
...mas falta perceber como pretende superar as "grandes dificuldades" identificadas em sede negocial

ME afirma que professores avaliados com "Bom" chegarão ao topo da carreira...

16 de dezembro, 2009

No conjunto "estrutura da carreira - avaliação de desempenho" foram identificadas, em sede negocial, três "grandes dificuldades": prova de ingresso; quotas na avaliação; contingentação por vagas. Dificuldades que, a não serem superadas, inviabilizarão a construção do consenso indispensável para que, no final deste processo, exista um acordo. Acordo esse que, a existir, será sempre global, integrando os dois aspectos em negociação, e nunca segmentado.

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Nesta reunião em que se aprofundou o debate sobre o indispensável robustecimento da dimensão formativa da avaliação de desempenho, a FENPROF foi clara ao reafirmar a exigência de eliminação da prova de ingresso e a recusa de quaisquer mecanismos administrativos (quotas ou vagas) que estrangulem a carreira, impedindo a progressão dos professores.

Foi neste contexto que o Ministério da Educação garantiu que todos os docentes avaliados com a menção de "Bom" atingiriam o topo da carreira, admitindo, apenas, que, estabelecido o ritmo médio de progressão, existam dispositivos que permitam acelerar ou diminuir esse ritmo. Ou seja, as partes trabalharão em sede negocial para impedir um sistema que leve à criação de qualquer tipo de "ghetização" em determinados patamares da carreira.

Se a FENPROF acompanha esta declaração de princípios, já em relação à forma de os concretizar não pode emitir qualquer pronunciamento, pois o ME não apresentou nenhuma proposta, o que se espera venha a acontecer na reunião do próximo dia 23, quarta-feira. Ou seja, a existência de qualquer acordo exigirá sempre, previamente, um conhecimento preciso das propostas concretas do Ministério da Educação, sendo insuficientes declarações de princípios.

Na reunião, a FENPROF insistiu na necessidade de serem alterados diversos aspectos da proposta ministerial sobre avaliação de desempenho, no sentido de reforçar a sua componente formativa, afastando-se, definitivamente, das lógicas burocráticas que marcam o modelo que ainda vigora.

Nova proposta sobre transição entre modelos

No final, o ME entregou uma nova proposta sobre transição entre modelos (de estrutura e de avaliação de desempenho) que, merecendo uma apreciação mais aprofundada por parte da FENPROF, merece igualmente, e desde já, sérias reservas quando, acabando com a divisão da carreira em categorias, prevê instituir formas diferentes de transição, bem como reafirma alguns dos dispositivos mais negativos que constam no Decreto-Lei 270/2009, de 30 de Setembro, referentes à progressão na carreira. Em suma, disposições que pouco contribuem para o consenso.

O Secretariado Nacional da FENPROF
16/12/2009