Negociação Nacional

Afinal, a opção não era entre professores e o IP3...

05 de março, 2019

Se dúvidas ainda restassem, eis que se dissipam: o problema não é haver ou não haver dinheiro, o problema são mesmo as opções do governo. O Primeiro-Ministro insinuava, há quase um ano, que para se fazerem as obras de requalificação do IP3 não se podia recuperar o tempo de serviço dos professores; afinal, quase um ano depois, com as obras por fazer e o tempo de serviço por recuperar, o governo prepara-se para injetar no Novo Banco uma verba que mais do que duplica a que seria necessária para garantir as duas coisas, mesmo que ambas fossem pagas à cabeça e de uma só vez. É caso, até, para perguntar se a norma-travão orçamental que, alegadamente, impediria o Parlamento de resolver o problema da carreira docente também não funciona quando o que está em causa são os buracos financeiros dos bancos; ou, então [e, às tantas, é isso], se o mesmo Orçamento do Estado que não prevê verba para fazer justiça a quem trabalha e resolver os problemas das populações, reserva, num qualquer saco sem fundo, incontáveis milhões para despejar no buraco negro da galáxia bancária.
Pois é, os problemas não são, de todo, os professores ou o IP3, mas mesmo as prioridades de um governo que coloca os professores, as populações e as necessidades do país na linha recuada das suas opções.