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Ecos na Comunicação Social

Sindicalistas estrangeiros criticam política educativa nacional

07 de outubro, 2007

  
O sindicalista espanhol José Campos Trujillo, da direcção mundial da Internacional da Educação (IE), acusou (5/10/2007) o Governo português de estar a pôr em causa um estatuto da carreira docente (ECD) que era "uma referência internacional", com as alterações que tem vindo a introduzir no diploma.  
 
"Enfraquecer esse estatuto como se fez [em Portugal] parece-nos um acto tremendo por parte do Governo", acusou. "O que lhe pedimos é que reflicta, porque esse estatuto era a referência de toda a Europa"  
 
Para Campos Trujillo, convidado pela Federação Nacional dos Professores (FENPROF) para as celebrações do Dia Mundial do Docente, as medidas do Ministério da Educação português conduzem a um modelo "hierarquizado" e "discriminatório" de gestão da s carreiras dos Professores, que "não vai ajudar" Portugal a cumprir as suas metas educativas.  
 
"Os Professores são o agente mais importante da educação e quem, no final, aplica a lei na sala de aula", avisou. "Entrar numa gestão emprezarial e privatizadora no ensino público nunca deu resultado".  
 
Também Claudie Martens, co-secretária-geral do SNES/FSU, um dos maiores sindicatos docentes de França, veio a Lisboa por "solidariedade" para com os Professores portugueses, que considera estarem a conviver com problemas muitos semelhantes aos dos franceses.  
 
"Em ambos os países está a ser posto em causa o nosso estatuto, a nossa carreira de Professores  e sentimo-nos completamente solidários com aquilo que vivem os Professores portugueses", disse a professora, que acusou ambos os governos de "estigmatizarem" os docentes.  
 
"Na generalidade dos países europeus, há uma tendência dos governos para justificarem medidas comparando-se com os vizinhos do lado", acrescentou.  
 
" Mas nunca comparam todos os indicadores: os salários, as horas de trabalho, o número de aulas dos alunos. Todos os países têm pontos fortes e fracos. Deveríamos concentrar-nos mais nos primeiros em benefício de todos".  
 
Mário Nogueira, secretário-geral da FENPROF, desafiou a ministra, Maria de Lurdes Rodrigues, a "reunir com os sindicatos, algo que não acontece há dois anos", para "ouvir as suas opiniões, que não se esgotam apenas em questões laborais".  

Jornalista Pedro Sousa Tavares
DN, 6/10/2007