Helena André nunca foi sindicalista que se conhecesse, contudo, entrando na CES pela mão da UGT, por ali foi fazendo carreira até que atingiu, calcule-se, o cargo de secretária-geral adjunta.
Porém, ao longo do mandato que terminaria neste 12.º congresso, outros valores mais altos se levantaram e, de um cargo sindical, Helena André passou(-se) para o outro lado, para governante e, ainda por cima, para Ministra do Trabalho do actual Governo. Assim, aparentemente rendida às políticas anti-sociais do governo de Sócrates e aos ditames de uma Europa neo-liberal e do principal representante do capital internacional, o FMI, Helena André disponibilizou-se a dar rosto e protagonizar alguns dos mais violentos ataques desferidos no nosso país contra os trabalhadores e os seus direitos laborais e sociais.
A direcção da CES decidiu homenagear os quatro ex-dirigentes que não concluíram o mandato e, como tal, a ministra lá estava, tendo dirigido, em inglês (apesar de haver tradução portuguesa), algumas palavras ao Congresso. Partindo do lema “Mobilização pela Europa Social”, a dirigente que deixou o mandato a meio defendeu que mais importante do que mobilizar os Sindicatos pela Europa Social é mobilizá-los pela Europa em si… isto é, conclui-se, pela Europa seja lá ela o que for, ainda que seja esta Europa sem ética e sem objectivos de progresso para os povos. Acontece é que, esta Europa rendida ao neo-liberalismo, esta Europa das desigualdades e injustiças, esta Europa anti-social que está em desenvolvimento, jamais poderá ser defendida pelos trabalhadores e pelas suas organizações sindicais, antes deverá ser combatida.
Helena André esteve em Atenas como tem estado em Lisboa: do lado oposto ao dos trabalhadores. Nada que tivesse surpreendido!