"Mais um desrespeito!..."
Foi assim que Mário Nogueira comentou esta tarde (23/07/2012) a atitude do Ministro Nuno Crato, que inviabilizou a realização da (prometida) reunião conjunta com representantes da comunidade educativa - FENPROF, FNSFP, STAL, CONFAP, CNIPE, SNP, SIEE, ADNDE e ANDAEP, organizações que representam docentes, trabalhadores não docentes das escolas, pais e encarregados de educação, psicólogos, inspetores de educação, diretores e dirigentes de escolas e agrupamentos.
Em conjunto, recorde-se, decidiram solicitar ao MEC uma reunião conjunta para apresentarem as suas preocupações sobre o atual rumo das políticas educativas e também sobre o impacto que terá nas escolas, no início do próximo ano letivo, o conjunto de medidas recentemente aprovado.
"São organizações muito diferentes, que em relação a determinados aspetos até têm opiniões e perspetivas muito diversificadas, mas estão unidas em defesa da qualidade da educação", comentou o Secretário Geral da FENPROF, que acrescentaria:
"Os alicerces da escola pública estão a abanar. Não queremos que ela caia. Essa é a grande preocupação que, neste momento, faz juntar estas organizações. O próprio Ministério deveria juntar a sua voz a esta comunidade, para, em conjunto, analisarmos os problemas e avançarmos soluções. O MEC age ao contrário. É lamentável!".
Às escondidas...
O MEC, num primeiro momento, decidiu marcar esta reunião sem a presença do Ministro Nuno Crato, como fora pedido, tendo as organizações reiterado a necessidade da sua presença.
Depois, confirmando a presença do Ministro na reunião de dia 23 de julho, através da convocatória enviada a cada uma das organizações, o MEC decidiu, unilateralmente, desdobrar a reunião em três (14.30 horas - pais e encarregados de educação; 15.30 horas - associações de diretores das escolas; 16.30 horas - organizações representativas dos profissionais da Educação), convocando-as "às escondidas"...
As organizações que solicitaram a reunião conjunta, como sublinharam os seus representantes aos jornalistas em reportagem no MEC - onde se realizaram vários diretos para as TVs e as rádios - , não aceitaram ser divididas num momento em que as suas legítimas preocupações convergem. Assim, informaram o MEC que iriam comparecer, todas, à reunião das 15.30 horas.
Surdo e mudo, o MEC limitou-se a mandar um funcionário/assessor descer as escadas que dão acesso ao hall do Palácio das Laranjeiras e . cumprindo uma espécie de ritual, apareceu às14h30, às 15h30 e, depois, às 16h30, para encaminhar, divididas, as mencionadas organizações, que, naturalmente, explicaram que estavam ali para a reunião conjunta das 15h30... O funcionário/assessor acabou, devido à teimosia do MEC, por regressar sozinho, das três vezes, aos gabinetes do 1º andar... / JPO
Vídeo e fotos: Paulo Machado / SPGL