Diz o povo que quem não deve não teme! Pois bem, o contrário também deverá ser verdade, a crer, pelo menos, na forma como o MEC decidiu tornar público o seu “primeiro pacote” de mega-agrupamentos para 2012/2013, nada mais, nada menos do que 115. Senão vejamos:
- Divulgação através de um simples comunicado;
- Comunicado divulgado já próximo das 18 horas de uma sexta feira (18 de maio);
- Ausência do país do responsável pela decisão, o Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, que se encontra em Timor;
- Divulgação feita em dia já antes ocupado, pelo MEC, para divulgação de outra decisão polémica, de extinção do Programa Novas Oportunidades.
Procurando, daquela forma, diluir eventuais impactos mediáticos desta decisão, o comunicado que o MEC emitiu não consegue, contudo, deixar de chamar a atenção para aspetos curiosos. Por exemplo, fica a saber-se, finalmente, que o conceito de “dimensão equilibrada e racional”, para o MEC, chega, pelo menos, a uma população escolar de 3105 alunos; também não passa despercebido o facto de o MEC afirmar que “As agregações agora efetuadas permitem reforçar o projeto educativo e a qualidade pedagógica das escolas, através da articulação dos diversos níveis de ensino, do pré-escolar ao secundário”. Isto porque, ainda há bem pouco tempo, dirigindo-se a governo anterior, o PSD referia, em Projeto de Resolução que apresentou e viu aprovado pela Assembleia da República, em 9 de julho de 2010, que: “em momento algum o Ministério da Educação apresentou qualquer estudo ou evidência de suporte às políticas anunciadas, designadamente a integração vertical de Agrupamentos Escolares até ao 12.º ano”. Terá o atual governo encontrado esse estudo ou qualquer evidência?! Ou não passava, aquele discurso, de parte de uma qualquer pregação de Frei Tomás?
