Nacional
Conferência de imprensa

"Cresce de importância a Marcha Nacional pela Educação"

25 de março, 2011

"Cresce de importância a Marcha Nacional pela Educação, a realizar no próximo dia 2 de Abril, em Lisboa. Além de professores, educadores, psicólogos, inspectores de educação e ensino, pessoal não docente, estudantes, pais e encarregados de educação, teremos nesta grande acção muitos outros cidadãos que acreditam que a escola pública faz a diferença. Vamos todos fazer a maior marcha de sempre em defesa da qualidade da educação e do ensino. Vamos defender a escola e o futuro do país".

São palavras de Mário Nogueira na conferência de imprensa que as organizações promotoras da Marcha realizaram no passado dia 25 de Março, numa unidade hoteleira de Lisboa. Isto no mesmo dia em que a Assembleia da República "chumbou" o burocrático modelo de avaliação que o ME de Isabel Alçada teimosamente vinha impondo às escolas.

Na Mesa encontravam-se representantes de várias organizações sindicais de professores, do Sindicato dos Inspectores de Educação e Ensino (SIEE), da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública, do Sindicato dos Psicólogos e da Delegação Nacional de Estudantes do Ensino Secundário e Básico. 

Intervindo em nome da Plataforma da Educação, Mário Nogueira sublinhou que "o Governo caíu na sequência  do chumbo do PEC 4 (que também iria penalizar a escola pública), mas não caíram as políticas contra a escola pública, de qualidade e democrática".

O dirigente sindical condenou as políticas economicistas do Governo que agora caíu e lembrou que a rede escolar e a tentativa de imposição de grandes unidades orgânicas no ensino ocupavam um lugar de destaque no conjunto das orientações do PEC 4, atacando o emprego e desumanizando os espaços. Nesse sentido, recordou as medidas, similares, que o FMI já impôs à Grécia.


803 milhões a menos:
o grande problema da Educação!

Destacando e saudando a tomada de posição na Assembleia da República em matéria de avaliação do desempenho - "o clima de perturbação, instabilidade e conflito que se vivia nas escolas iria agravar-se no 3º período lectivo" por este modelo burocrático agora derrotado -, o Secretário Geral da FENPROF afirmaria mais adiante que "o grande problema da Educação" tem a ver com o corte de 803 milhões no seu orçamento.

"É enorme a listagem dos problemas que um corte desta envergadura significa para a vida quotidiana das escolas", sublinhou, alertando desde logo para as consequências  muito negativas de um novo ano escolar sujeito à "organização" que o ME já definiu. A título de exemplo, referiu os créditos que Isabel Alçada quer retirar às escolas: "o que pretendem é baixar de uma média de 120  para 10 horas... Assim, as escolas não se conseguem organizar!", alertou.

Nogueira foi lembrando que "os aspectos estruturantes" de uma política contra a educação e o ensino "não se resolvem só com a queda do Governo", referindo que "há medidas que não foram revogadas".

Noutra passagem da sua intervenção, afirmou que "este é um momento pleno de oportunidades para introduzir mudanças nas políticas educativas", para "exigir um ensino de qualidade para todos". "Abrem-se novos horizontes", realçou, deixando de imediato um alerta: "Mas é também um momento em que se pode resvalar para um campo não positivo. Há oportunidades e há riscos..."

Daí, a necessidade de reforçar "esta luta conjunta", esta convergência de vontades, apontadas não só à preparação de uma grande Marcha, como à crescente divulgação do Manifesto "Investir na Educação, Defender a Escola Pública", que "conta cada vez com mais adesões, havendo já milhares de assinaturas individuais", ao mesmo tempo que o número de organizações/entidades subscritoras passou de 14 para 88, incluindo sindicatos, uniões sindicais, associações, movimentos, escolas e muitas Assembleias Municipais de todas as regiões do país. Mas "queremos ir mais longe", realçou Mário Nogueira.

Dia 30: bancas de recolha de apoios ao Manifesto
em todo o país

Como revelou Mário Nogueira, no próximo dia 30 (quarta-feira) serão instaladas bancas de promoção do Manifesto, em numerosas cidades do país, no continente e nas ilhas. O horário comum será das 11h00 às 15h00. Quem estiver nas bancas, vai solicitar a recolha das assinaturas de apoio, ao mesmo tempo que serão divulgadas as razões da Marcha, que, no novo cenário político, reforça a sua importância e a sua oportunidade.

Já no final da conferência de imprensa foi revelado o destino da Marcha, que partirá do Marquês de Pombal (concentração às 14h30): será a Assembleia da República. Com um Governo demissionário, interessa colocar os objectivos da grande iniciativa de 2 de Abril junto dos partidos, ou seja de quem  vai assumir o compromisso de governar o país, ficando desde já no ar uma preocupação com "timings": eleições em princípios de Junho, Agosto pelo meio, ano lectivo a arrancar em Setembro....  / JPO