Nacional
Secretário-Geral da FENPROF

"A luta é a FENPROF que a determina, não os cretinos da direita"

23 de outubro, 2016
A LUTA É A FENPROF QUE A DETERMINA,
NÃO OS CRETINOS DA DIREITA
Mário Nogueira
Secretário-Geral da FENPROF
Os mesmos que, na anterior legislatura, acusavam os sindicatos de banalizar a luta, apontam agora o dedo aos sindicatos por, alegadamente, não lutarem. Aqueles que garantiam ser a FENPROF quem mandava no Ministério da Educação são os que agora a acusam de não lutar contra esse mesmo ME. Quem antes acusava os sindicatos de só fazerem manifestações e greves, chegando a impor serviços mínimos ilegais para as evitar, andam irritados e insultam os sindicalistas por não fazerem manifestações e greves. Esta é uma situação curiosa, mas não estranha por vir de quem vem. A esses só uma coisa pode ser dita: quem determina a ação e a luta que a FENPROF desenvolve, bem como a oportunidade, é a FENPROF, os seus dirigentes e delegados, os professores seus associados e não os dirigentes, deputados, comentadores ou jornalistas que servem quem durante quatro anos tanto castigou os portugueses.
Poderia admitir-se que esta nova postura resultasse do facto de a direita, tomando todos por igual, julgar que a FENPROF estaria disposta a ser para outros o que, para si, são os que servem de calçadeira das suas políticas, mas não é essa a razão por que a direita quer ver a FENPROF na rua, na luta. A questão é outra: a direita percebe que tem vindo a perder apoio na sociedade portuguesa, como as sondagens têm demonstrado, e quer que outros façam o trabalho que a sua incompetência e as suas políticas tornam impossível.
É óbvio que ninguém, nem mesmo a direita, esperava ver a FENPROF lutar contra a reposição do valor integral dos salários; ou lutar contra o fim da PACC, das bolsas de contratação de escola ou contra a requalificação para onde o governo PSD/CDS já havia empurrado professores. Ninguém esperava ver a FENPROF lutar contra o fim dos “exames da 4.ª classe” impostos por Nuno Crato ou contra a eliminação da sobretaxa de IRS criada por esse mesmo governo. Decerto, não se esperaria ver a FENPROF lutar contra a gratuitidade dos manuais do 1.º Ciclo ou manifestar-se por terem sido repostos os feriados que PSD e CDS tinham roubado aos portugueses. Todos sabem, incluindo a direita, que medidas destas só foram tomadas porque também os professores e a FENPROF não baixaram os braços e lutaram. Da mesma forma, não se previa que a luta aumentasse por, em menos de um ano, o ministro da Educação já ter recebido mais vezes a FENPROF do que Crato em todo o mandato.
A FENPROF não baixou a guarda, e isso confirmou-se quando um dos críticos do seu alegado desaparecimento teve de reconhecer que o site da organização mantinha o tom de sempre, diferente estaria o seu Secretário-Geral que tinha desaparecido da comunicação social. Uma afirmação absurda, que tenta fazer supor que o dirigente não estará implicado no conteúdo do site, mas é ele que decide da sua presença nas televisões, rádios e jornais. Dir-se-ia que à falta de argumentos sérios, a direita nem evita expor-se ao ridículo na ânsia de tentar fazer crer que as políticas são iguais, as reações é que diferem, e, simultaneamente, empurrar outros para que façam o trabalho que não consegue, ajudando-a a voltar ao poder onde voltaria a sacrificar os portugueses.
Mas atenção, sendo verdade que o atual governo resolveu alguns problemas, há muitos outros, alguns de enorme importância, que não só estão a ser arrastados, como, a não haver pressão, poderão nem ser resolvidos. Essa pressão só a luta a exerce.
Os professores conhecem bem os problemas que urgem ser resolvidos. Há que: reorganizar os horários de trabalho, adequando-os às exigências da profissão, e distinguir sem equívocos o que são funções letivas e não letivas; combater o desgaste e o envelhecimento do corpo docente, criando um regime especial de aposentação; respeitar o trabalho realizado, contando o tempo de serviço prestado e descongelando as carreiras; dar estabilidade de emprego e profissional a quantos, há anos, trabalham em situação de precariedade, promovendo a sua vinculação; garantir que a escola continua a formar cidadãos para a democracia o que impõe a sua gestão democrática.
Estes são objetivos por que vale a pena lutar e, por eles, os professores, com a FENPROF, irão lutar. Aberta à negociação, a FENPROF apresentará propostas, procurando, pela via negocial, resolver o que até hoje não foi possível. Se por essa via não se encontrarem soluções, então a luta, na rua, será inevitável. Não para fazer o jeito à direita, mas precisamente para, na atual conjuntura, proporcionar melhores condições de trabalho e de vida aos professores.
Esta é uma luta que não pode ser adiada porque, certo mesmo, é que se um dia a direita voltasse ao poder os problemas não se iriam resolver. Pelo contrário, agravar-se-iam e a luta teria de ser muito mais forte.

Mário Nogueira, Secretário Geral da FENPROF

Os mesmos que, na anterior legislatura, acusavam os sindicatos de banalizar a luta, apontam agora o dedo aos sindicatos por, alegadamente, não lutarem. Aqueles que garantiam ser a FENPROF quem mandava no Ministério da Educação são os que agora a acusam de não lutar contra esse mesmo ME. Quem antes acusava os sindicatos de só fazerem manifestações e greves, chegando a impor serviços mínimos ilegais para as evitar, andam irritados e insultam os sindicalistas por não fazerem manifestações e greves. Esta é uma situação curiosa, mas não estranha por vir de quem vem. A esses só uma coisa pode ser dita: quem determina a ação e a luta que a FENPROF desenvolve, bem como a oportunidade, é a FENPROF, os seus dirigentes e delegados, os professores seus associados e não os dirigentes, deputados, comentadores ou jornalistas que servem quem durante quatro anos tanto castigou os portugueses.

Poderia admitir-se que esta nova postura resultasse do facto de a direita, tomando todos por igual, julgar que a FENPROF estaria disposta a ser para outros o que, para si, são os que servem de calçadeira das suas políticas, mas não é essa a razão por que a direita quer ver a FENPROF na rua, na luta. A questão é outra: a direita percebe que tem vindo a perder apoio na sociedade portuguesa, como as sondagens têm demonstrado, e quer que outros façam o trabalho que a sua incompetência e as suas políticas tornam impossível.

É óbvio que ninguém, nem mesmo a direita, esperava ver a FENPROF lutar contra a reposição do valor integral dos salários; ou lutar contra o fim da PACC, das bolsas de contratação de escola ou contra a requalificação para onde o governo PSD/CDS já havia empurrado professores. Ninguém esperava ver a FENPROF lutar contra o fim dos “exames da 4.ª classe” impostos por Nuno Crato ou contra a eliminação da sobretaxa de IRS criada por esse mesmo governo. Decerto, não se esperaria ver a FENPROF lutar contra a gratuitidade dos manuais do 1.º Ciclo ou manifestar-se por terem sido repostos os feriados que PSD e CDS tinham roubado aos portugueses. Todos sabem, incluindo a direita, que medidas destas só foram tomadas porque também os professores e a FENPROF não baixaram os braços e lutaram. Da mesma forma, não se previa que a luta aumentasse por, em menos de um ano, o ministro da Educação já ter recebido mais vezes a FENPROF do que Crato em todo o mandato.

A FENPROF não baixou a guarda, e isso confirmou-se quando um dos críticos do seu alegado desaparecimento teve de reconhecer que o site da organização mantinha o tom de sempre, diferente estaria o seu Secretário-Geral que tinha desaparecido da comunicação social. Uma afirmação absurda, que tenta fazer supor que o dirigente não estará implicado no conteúdo do site, mas é ele que decide da sua presença nas televisões, rádios e jornais. Dir-se-ia que à falta de argumentos sérios, a direita nem evita expor-se ao ridículo na ânsia de tentar fazer crer que as políticas são iguais, as reações é que diferem, e, simultaneamente, empurrar outros para que façam o trabalho que não consegue, ajudando-a a voltar ao poder onde voltaria a sacrificar os portugueses.

Mas atenção, sendo verdade que o atual governo resolveu alguns problemas, há muitos outros, alguns de enorme importância, que não só estão a ser arrastados, como, a não haver pressão, poderão nem ser resolvidos. Essa pressão só a luta a exerce.

Os professores conhecem bem os problemas que urgem ser resolvidos. Há que: reorganizar os horários de trabalho, adequando-os às exigências da profissão, e distinguir sem equívocos o que são funções letivas e não letivas; combater o desgaste e o envelhecimento do corpo docente, criando um regime especial de aposentação; respeitar o trabalho realizado, contando o tempo de serviço prestado e descongelando as carreiras; dar estabilidade de emprego e profissional a quantos, há anos, trabalham em situação de precariedade, promovendo a sua vinculação; garantir que a escola continua a formar cidadãos para a democracia o que impõe a sua gestão democrática.

Estes são objetivos por que vale a pena lutar e, por eles, os professores, com a FENPROF, irão lutar. Aberta à negociação, a FENPROF apresentará propostas, procurando, pela via negocial, resolver o que até hoje não foi possível. Se por essa via não se encontrarem soluções, então a luta, na rua, será inevitável. Não para fazer o jeito à direita, mas precisamente para, na atual conjuntura, proporcionar melhores condições de trabalho e de vida aos professores.

Esta é uma luta que não pode ser adiada porque, certo mesmo, é que se um dia a direita voltasse ao poder os problemas não se iriam resolver. Pelo contrário, agravar-se-iam e a luta teria de ser muito mais forte.

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