Nacional

40 mil professores sem colocação

01 de setembro, 2008

Há professores que não reúnem condições para se inscreverem nos centros de emprego, alertam
40 mil professores "efectivamente no desemprego" , denuncia FENPROF
 
A FENPROF revelou que o número de professores que "efectivamente fica no desemprego" é de 40 mil, um número superior ao registado no ano anterior, apontando como causa principal as "medidas deliberadamente orientadas pela tutela para esta situação".

"O número de professores que efectivamente fica no desemprego é de 40 mil, um número superior ao do ano passado, que ultrapassa em cerca de cinco mil - calculámos 35 mil no ano passado -, mas que é mais gravoso ainda porque todos sabemos que ao longo deste ano muitos professores se aposentaram", afirmou aos jornalistas o secretário-geral da Federação Nacional de Professores (FENPROF), Mário Nogueira.

O dirigente sindical falava aos jornalistas na Loja do Cidadão das Laranjeiras, em Lisboa, no âmbito de várias iniciativas de carácter nacional promovidas pela FENPROF com professores contratados e desempregados, para denunciar a "precariedade do emprego" no sector.

O sindicalista salientou que, tendo em conta estas aposentações, "era suposto que o número de professores a contratar nesta fase ultrapassasse os números do ano passado, o que não aconteceu".

E acrescentou: "Podemos perguntar se o número dos professores que se inscrevem hoje nos centros de emprego corresponde a estes 40 mil? Certamente que não e explico porquê".

Porque - adiantou - "uma grande maioria não reúne condições para se inscrever nos centros de emprego: embora tenham o seu curso há vários anos, não têm descontos, não reúnem as condições que se exigem para efeito de inscrição".

"Há ainda a situação de todos os que no ano passado estiveram a trabalhar nas actividades de enriquecimento curricular - cerca de 15 mil professores -, bem como aqueles recrutados pelas câmaras municipais contratados a recibos verdes ilegais, não adquirindo o direito ao subsídio de desemprego", denunciou o dirigente da FENPROF.

Sem poupar críticas, Mário Nogueira referiu ainda que "quando o Ministério da Educação disser que o número é diferente porque nos centros de desemprego não se inscreveram 40 mil, se o fizer, estará a usar de uma terrível demagogia e de uma utilização de números porque, na verdade, muitos destes professores não podem realmente inscrever-se". / Lusa, 1/09/2008

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A FENPROF calcula que 40 mil professores ficaram sem colocação após o concurso de docentes, uma situação que levou esta estrutura sindical a realizar várias acções de protesto contra a precariedade de trabalho dos professores.

Frente à Loja do Cidadão nas Laranjeiras, em Lisboa, o secretário-geral desta estrutura sindical assegurou que desta forma foram mais cinco mil os docentes que não ficaram com trabalho em escolas e que nem sequer podem agora recorrer ao subsídio de desemprego.

Mário Nogueira explicou que os professores nestas condições, apesar de já terem o curso há muitos anos, ainda não têm descontos suficientes e não reúnem assim condições para se inscreverem em centros de emprego.

«Tão mau quanto isso, há ainda a situação de todos os que no ano passado estiveram a trabalhar nas actividades de enriquecimento curricular, cerca de 15 mil professores, que estiveram contratados pelas câmaras ou que estiveram contratadas por empresas, a recibo verde», acrescentou.(...)

Para Mário Nogueira, nem todos os 40 mil docentes que focaram sem colocação poderiam ter ficado com emprego, mas isso poderia ter acontecido com «dois terços» destes professores, «se fossem ajustadas as necessidades das escolas».

O secretário-geral da FENPROF não teve ainda dúvidas ao considerar que esta segunda-feira, o primeiro dia de Setembro, foi o dia mais negro para os professores que querem dar aulas e não podem. / TSF, 1/09/2008