Todas as notícias
Nota do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC)

21 de Setembro, Dia Internacional da Paz

22 de setembro, 2004

Os povos de todo o mundo são chamados a assinalar o Dia Internacional da Paz, num mundo cada vez mais caótico e instável, marcado por profundas injustiças sociais e sob o signo da guerra.
O Conselho Português para a Paz e Cooperação nesta ocasião não pode deixar de recordar que o mundo em que vivemos continua a ser caracterizado predominantemente pela brutal e ilegal ocupação do Iraque por parte dos EUA e pela resistência a essa ocupação.
Ao contrário de tudo o que foi proclamado não foram encontradas armas de destruição maciça, não foi instaurado um regime democrático nem a violência na região diminuiu, e o terrorismo recrudesceu um pouco por todo o mundo, deixando-o mais inseguro.
Foram milhões de milhões a cidadãos de todo o mundo que se ergueram para impedir e mais tarde para condenar esta guerra. Mas apesar disso, a obstinação da Administração dos EUA mantém o Iraque a ferro e fogo e continua a ameaçar outros países.
Prosseguindo o seu objectivo de domínio do mundo que continua as suas experiências com vista a pôr em prática a Defesa Anti-míssil, tendo o orçamento militar ultrapassado a monstruosa soma de 500.000 milhões de dólares
Em Maio de 2005 as Nações Unidas vão ser chamadas a rever o Tratado de não Proliferação Nuclear, encontrando-se esse num perigoso impasse pela não implementação dos passos necessários à sua efectiva aplicação. Os EUA, um dos mais importantes estados nucleares, insistem na utilização das armas nucleares em primeira mão, tal como o fizeram em Hiroshima e Nagasaki à 60 anos.
No Médio Oriente os EUA são o grande suporte da política terrorista do Estado de Israel, que nega ao povo palestiniano o seu inalienável direito a um estado independente nos territórios ocupados e com capital em Jerusalém Leste.
Em nome do combate ao terrorismo, os EUA e os seus mais fieis aliados tentam justificar toda uma política agressiva e belicista que põe em causa a paz.
É neste quadro que o CPPC não pode deixar de salientar nesta data, os Princípios e a Carta das Nações Unidas que constituem uma base sólida e segura para a solução pacifica dos conflitos que varrem o mundo.
E em conformidade, não pode deixar de apelar à opinião publica portuguesa para que se una a todos os que partilham uma política de resolução pacífica dos conflitos, e que pugnam pelo desarmamento tanto nuclear como química e biológica.
Apela ao Povo português que de uma forma solidaria apoie a luta dos povos pela independência e direito a viver na sua pátria em liberdade e paz.
Apela ainda ao Governo Português que adopte uma política de respeito do direito internacional e dos direitos humanos, começando pela retirada imediata do contigente da GNR do Iraque, e que no quadro das relações externas portuguesas, e pugne pela prevalência do direito e da paz sobre a barbárie.

  

Lisboa, 20 de Setembro de 2004

CPPC