JF Online, março 2024
SAUDAÇÃO

Solidariedade da FENPROF com a justa luta dos jornalistas

26 de março, 2024

Num mundo onde a voz da verdade e da informação é muitas vezes abafada por interesses que põem em causa o direito de todos ao conhecimento da realidade, a FENPROF manifesta a sua solidariedade aos jornalistas que estão envolvidos na importante Greve Geral do setor (14 de março), a primeira nos últimos 40 anos, em defesa de aspetos fundamentais: valorização salarial, combate à precariedade, fim dos despedimentos coletivos, melhores condições de trabalho, segurança no emprego.

Como realça o Secretariado Nacional da FENPROF, esta greve foi "um grito de alerta". E mais: "É a afirmação de uma inevitabilidade: exigir o fim da exploração, da desvalorização profissional e respeito pela condição humana. E fazê-lo nunca é tarde demais!"

Acrescenta a Direção da FENPROF:

"É uma batalha desigual a que enfrentam, sujeitos a enormes pressões, entre outras, das administrações dos grandes grupos económicos que, em seu interesse, dominam os órgãos de comunicação social. Neste aspeto muito particular, reafirmamos que a concentração da propriedade dos órgãos de comunicação social cria um terreno fértil para o agravamento da situação socioprofissional dos jornalistas e dos demais trabalhadores da comunicação social."

A FENPROF acompanha as reivindicações dos jornalistas, ativa e solidariamente, porque entende que a sua luta é, também, a nossa luta. A luta pela liberdade de imprensa, pela democracia e pela dignidade profissional dos trabalhadores.

 

Tomada de posição da CGTP-IN

A CGTP-IN manifestou "toda a solidariedade com a luta dos jornalistas e a greve" realizada a 14 de março.

Observa a Central unitária: "Num setor caracterizado pelo domínio de grandes grupos económicos e financeiros e pela elevada concentração da propriedade dos órgãos de comunicação social, a CGTP-IN acompanha as reivindicações pelas quais lutam os jornalistas. É urgente assegurar condições de trabalho dignas, o que passa pelo aumento geral e significativo dos salários destes profissionais. É urgente combater a precariedade generalizada e fraudulenta no sector e garantir condições para o exercício da profissão em segurança. É urgente pôr fim aos despedimentos coletivos que têm como objetivo e consequência o enfraquecimento da liberdade de informação e do pluralismo, bem como respeitar a contratação coletiva e demais legislação do trabalho no sector. É urgente, mas também possível e necessário responder a estas reivindicações dos jornalistas

A CGTP-IN esteve presente nas várias concentrações previstas para o dia de greve, em Lisboa. Uma delegação chefiada pelo Secretário Geral, Tiago Oliveira, esteve ao fim da tarde, no Largo Camões na iniciativa convocada pelo Sindicato dos Jornalistas.

 

Reivindicações

Os jornalistas exigem:

  • Aumentos salariais em 2024 superiores à inflação acumulada desde 2022 e a melhoria substancial da remuneração dos freelancers;
  • A garantia de um salário digno à entrada na profissão e de progressão regular na carreira; O pagamento de complementos por penosidade, trabalho por turnos e isenção de horário;
  • A remuneração por horas extraordinárias, trabalho noturno, e em fins de semana e feriados;
  • O fim da precariedade generalizada e fraudulenta no sector, pelo recurso abusivo a recibos verdes e contratos a termo;
  • O cumprimento escrupuloso das leis do Código de Trabalho, incluindo a garantia do equipamento técnico necessário, em particular para a captação de imagem e som;
  • O cumprimento escrupuloso do Contrato Coletivo de Trabalho da imprensa e a generalização da contratação coletiva para o setor audiovisual e da rádio;
  • A justa remuneração de quem cumpre o estágio obrigatório para o acesso à profissão;
  • Condições humanas e materiais para a produção noticiosa, cumprindo princípios éticos e deontológicos;
  • A intervenção do Estado na garantia da sustentabilidade financeira do jornalismo;
  • A revisão das estruturas regulatórias da comunicação social e do jornalismo, garantindo a sua atualização e capacidade para salvaguardar a qualidade da informação.