No início do encontro com os profissionais da comunicação social, na manhã de 16 de Outubro, em que foi divulgada a Carta Aberta das organizações sindicais de professores ao Primeiro Ministro, Mário Nogueira fez o balanço (francamente negativo) das reuniões realizadas no ME para regulamentação da avaliação do desempenho.
"O Ministério não desistiu de penalizar os professores", realçou o secretário-geral da FENPROF. Com esta regulamentação, acrescentou, "o ME conseguiu agravar o modelo de avaliação que resultava, inicialmente, do ECD imposto".
"Os responsáveis políticos do ME não sabem o que é uma Escola", declarou Mário Nogueira, que, depois de lembrar posições já divulgadas por elementos de órgâos de gestão e pelos inspectores, observaria mais adiante:
"Deram às escolas um mês para se prepararem para este modelo de avaliação - é impossível!", lembrando, nomeadamente, os documentos centrais da vida escolar que têm de ser alterados em cada escola e agrupamento.
O dirigente sindical registou ainda o início da regulamentação das questões relacionadas com o acesso à categoria de titular (reunião no ME, 17 de Outubro), matéria em que os Sindicatos também estão em frontal oposição ao Ministério, embora nunca "virem às costas à negociação".
Mário Nogueira falou ainda das injustiças que caracterizam a mobilidade especial , recordando declarações (gravadas e já passadas na televisão) da ministra na Assembleia da República, "garantindo" que nenhum professor seria colocado nesse regime. O dirigente sindical recordou, a propósito, a forma violenta como o ME reagiu ao alerta lançado, há alguns meses atrás, pelas organizações sindicais e designadamente pela FNE, em relação à perspectiva (que se adivinhava) de incluir os professores com redução da componente lectiva por motivos de saúde na chamada lei da mobilidade. Afinal, as preocupações sindicais tinham a sua razão de ser!... Os "desmentidos" do ME é que, como se confirma, nunca fizeram sentido...
O secretário-geral da FENPROF sublinhou, já na ponta final da sua intervenção, o papel da convergência sindical na presente conjuntura, realçando que o próximo dia 19 de Janeiro será Dia de Luto dos Professores Portugueses, contra o ECD do ME.
A Carta Aberta ao PM foi comentada e lida aos jornalistas por Carlos Chagas (FENEI/SINDEP), que afirmaria a dado passo: "O ataque aos Sindicatos tem que merecer de toda a sociedade um vivo repúdio". / JPO