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1 DE SETEMBRO: COMEÇOU O ANO ESCOLAR 2023-2024

FENPROF, preocupada com falta de professores, apresenta ao ME proposta de recomposição da carreira

01 de setembro, 2023

Os indícios são de agravamento da falta de professores profissionalizados nas escolas: ao longo do ano letivo aposentar-se-ão cerca de 3500 docentes e não chegarão mais de 600 novos docentes ao sistema; as reservas de recrutamento têm cerca de 20 800 docentes, mas o ano transato foi necessário contratar mais de 30 000; num corpo docente mais envelhecido e sem que o regime de Mobilidade por Doença tivesse merecido qualquer alteração, é natural que o número de baixas médica venha a aumentar…

De imediato, a resolução deste grave problema passa por manter os mais jovens na profissão e por atrair os milhares que a abandonaram; a curto prazo, passa por garantir a entrada de muitos mais jovens nos cursos que habilitam para a docência. Atingir estes objetivos exige a melhoria das condições de trabalho dos docentes (horários de trabalho que respeitem a lei, número de alunos por turma ou regime de concursos), a criação de incentivos à colocação em zonas carenciadas, a eliminação da precariedade sem criar novas penalizações e a recomposição da carreira, recuperando os 6 anos, 6 meses e 23 dias que continuam congelados, bem como eliminando vagas de progressão e quotas de avaliação.

A FENPROF quis hoje, 1 de setembro, dar um sinal ao governo e aos portugueses de que considera a negociação como via privilegiada para resolver os problemas e entregou no Ministério da Educação uma proposta concreta, devidamente fundamentada, destinada a recuperar o tempo de serviço nos próximos 3 anos. A entrega neste momento, visa garantir que o primeiro momento de faseamento terá enquadramento financeiro no Orçamento do Estado para 2024. Aguarda-se, agora, uma resposta do ME, com a marcação de reunião para calendarizar o processo negocial, abrindo-se, dessa forma, a porta que o Presidente da República já considerou estar entreaberta.

É necessário resolver os problemas: a negociação é o caminho; a luta será inevitável se o ME mantiver a porta fechada

A negociação não vale, apenas, pela realização de reuniões; é necessário que delas saiam soluções para os problemas que desvalorizam a profissão docente e dificultam a vida das escolas.

Para a FENPROF, a luta complementa a negociação, pelo que a decisão sobre a mesma passa por ouvir os professores e por ter propostas concretas e exequíveis. Hoje foi dia de apresentação de uma proposta importantíssima ao Ministério da Educação; dia 6 de setembro, terá lugar, na Voz de Operário, entre as 14:00 e as 17:30 horas, um Encontro Nacional de Delegados e Dirigentes dos Sindicatos da FENPROF para avaliar a situação e decidir sobre a luta. Esta é, para a FENPROF, a forma adequada de agir, dignificando a própria luta.

De imediato, a FENPROF está empenhadíssima na concretização das ações que, em convergência com mais 8 organizações, serão levadas a efeito na Semana Europeia dos Professores (2 a 6 de outubro). A proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2024 e a postura negocial do Ministério da Educação ditarão o eventual prosseguimento da luta.

 

Lisboa, 1 de setembro de 2023

Secretariado Nacional da FENPROF