A pedido do Secretariado Nacional da FENPROF, respondendo a um convite da Fedération Syndicale Unitaire (FSU), participei num encontro de aposentados daquela central sindical francesa. “Visita de médico”, como se costuma dizer popularmente entre nós, permitiu, porém, reconhecer que os aposentados em França são objeto, atualmente, de forte ataque do governo de E. Macron. Os franceses mantinham ainda o direito à aposentação completa aos 60 anos de idade e 40 de descontos, tendo desenvolvido intensa luta contra o projeto do governo que altera a legislação para um sistema que se aproxima do que vigora em Portugal. Das intervenções que pude ouvir ressalta a consciência de uma luta difícil, mas que não se dá por perdida.
Registei que as reivindicações gerais não são diferentes das apresentadas pelos aposentados e reformados em Portugal: a defesa do poder de compra das pensões, e a resposta social, médica e de enfermagem face ao envelhecimento, a aposta no “envelhecimento ativo” …
Por razões que não ficaram, para mim, muito claras, foram duras as críticas dirigidas à MGEN, historicamente a “mútua” de apoio aos aposentados docentes em França, acusada, nomeadamente, de ter “perdido” a sua natureza social de “mútua”.
O nível e a qualidade das intervenções surpreenderam-me. Pareceu-me que correspondiam a níveis fortes de organização e de mobilização e, sobretudo, a um forte sentido de intervenção política, situação a que não será estranho as intensas lutas ainda em curso em defesa da aposentação na sociedade francesa.
Esperemos que os contactos entre os aposentados de França e de Portugal se alarguem com benefícios para todos.
António Avelãs
Dirigente Aposentado do SPGL
