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Maio reafirmará Abril, de novo, nas ruas.

Abril confirmou que as portas da Democracia não se fecharão!

26 de abril, 2024

Os desfiles e manifestações realizados em 25 de Abril de 2024 ficarão para a memória como das grandes afirmações dos Portugueses em defesa da Liberdade, da Democracia, dos valores e das conquistas de Abril.

As escolas, como as ruas, encheram-se de cravos e alegria. Os professores ensinaram aos seus alunos o que foi e continua a ser Abril. Nas ruas houve gente como há muito não havia, a deixar uma certeza “Não passarão!”.

Não passarão aqueles que continuam a querer ajustar contas com Abril; esses que vomitam discursos de ódio e cospem intolerância sobre a diferença; os mesmos que golpeiam Abril, considerando a Democracia uma noite ainda mais profunda do que os 48 anos de trevas em que o fascismo mergulhou Portugal e os portugueses; não passará o racismo e a xenofobia e não será a extrema-direita, o seu chefe ou os deputados que conseguiu eleger com o discurso populista e mentiroso que adota, que porão fim à Democracia alcançada em 1974.

Há problemas por resolver? Há! Pobreza, exclusão, desvalorização de quem trabalha, pouco investimento nos serviços públicos… são, infelizmente, problemas que se arrastam, mas a responsabilidade não é de Abril, mas de políticas que têm sido prosseguidas. Apesar dos problemas, a situação não tem comparação com a que marcou a longa noite fascista. Não tem porque hoje os portugueses podem sair à rua, sem medo, exigir e lutar pelos seus direitos. E no final de cada manifestação de protesto e exigência, podem regressar a casa sem medo de terem a polícia à porta para os levar presos. Para os interrogar, torturar, matar em lugares como Peniche, Caxias, Aljube, noutros mais longínquos, como o Tarrafal ou, ainda, em sítios próximos das suas casas, como os calabouços da PIDE/DGS na terra em que viviam. É disto que a extrema-direita tem saudades e seria esta a luz que iluminaria a sociedade que o seu proto führer gostaria de acender, mas não conseguirá!

Foram muitos, muitos mil a reafirmar Abril e pena foi que a comunicação social nacional, designadamente as televisões tivessem ignorado os grandiosos desfiles que aconteceram fora de Lisboa e Porto e, no caso de Faro, o canal público tivesse mentido ao dizer não ter comparecido quase ninguém, quando nessa cidade a presença de pessoas na rua foi igual à que aconteceu em todo o país (de que damos conta num álbum que continuará a ser atualizado).

Na próxima semana será a vez de afirmar Maio, também nas ruas. Maio, mês de luta dos trabalhadores em defesa dos salários e pensões, das carreiras, das condições de trabalho e dos serviços públicos. Um 1.º de Maio em que será necessário voltar às ruas e em que os professores, de novo, marcarão presença nas suas regiões em Manifestações já convocadas para todo o país.

Logo a abrir o mês de maio, inicia-se, também, a negociação pela devolução do tempo de serviço aos professores

Em 3 de maio, começarão as negociações para a devolução do tempo de serviço que continua a ser roubado aos professores. Será nessa reunião que se conhecerá a proposta inicial do governo. A crer no que foi afirmado pelo ministro Fernando Alexandre na reunião de 19 de abril, a proposta assentará em três princípios: o tempo de serviço será todo recuperado; o primeiro momento da recuperação será em 2024; a recuperação finalizar-se-á dentro da Legislatura. Tal proposta, segundo o ministro, destina-se a tranquilizar as escolas, com vista ao início do próximo ano letivo, que se pretende sereno. Entretanto, o ministro das Finanças fez declarações que contrariam o que fora anunciado pelo da Educação, apontando 2025 como o ano em que se poderia iniciar a recuperação… Apenas descoordenação, ou pior do que isso?

Para a FENPROF, o que contará será a proposta que receber para a reunião de 3 de maio. Ela poderá contribuir para um início tranquilo do próximo ano letivo, mas também poderá provocar grande agitação no final do que ainda corre. A decisão está, por ora, nas mãos do governo.

O Secretariado Nacional da FENPROF