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Nota do SN da FENPROF de 4/04/2008

A teimosia do ME é cega e só prejudica o trabalho na Escola Pública

04 de abril, 2008

Querer instalar em dois meses um modelo de avaliação do desempenho docente que, independentemente do seu valor intrínseco, é pensado para todo o ano é, por si só, elucidativo da maneira como a equipa de Maria de Lurdes Rodrigues observa, avalia, concebe e age sobre as matérias educativas, sem diálogo, sem aproximação de posições, sem construção de consensos sólidos e propiciadores de uma tranquila gestão do acto educativo.

Em vez disso, este Ministério da Educação pretende encavalitar no intenso trabalho pedagógico que se vive nas escolas portuguesas em cada 3º período de qualquer ano lectivo, uma teia burocrática, ligada à avaliação de todos os professores, ainda por construir, eivada de incumprimentos graves da legislação que o próprio ME impôs nesse sentido, e inculcada através de um clima de intimidação sobre os professores e os órgãos de gestão escolar, empurrados para a concretização (ainda que simplificada, seja lá isso o que for) de um modelo claramente perturbador do seu quotidiano trabalho.

Os professores, bem como os órgãos de gestão que escolheram, estão hoje perante um terrível dilema: ou cedem às pressões do ME e se afanam na instalação e desenvolvimento de um modelo de avaliação que será tudo menos rigoroso, dignificante e transparente, descentrando assim as suas atenções do trabalho pedagógico a desenvolver com os seus alunos, ou, por outro lado, assumem que os interesses destes é que devem reger a vida das escolas, principalmente num momento decisivo do seu percurso educativo, apelam ao seu melhor brio profissional e recusam deixar-se enredar mais nesta panóplia de desespero e desorientação que resulta das últimas orientações que Maria de Lurdes Rodrigues e seus Secretários de Estado vão espalhando pelo país, numa toada de teimosia e leviandade impróprias de governantes da Nação.

A FENPROF exorta os professores portugueses a discutirem profundamente estes cenários, não abdicarem da sua autonomia e assumirem responsavelmente as obrigações sociais inerentes à sua função, realizarem essa discussão com os seus órgãos de gestão, e, solidariamente, decidirem por aquilo que melhor sirva a escola portuguesa, o mesmo é dizer, que melhor sirva os interesses dos seus alunos, das famílias e da comunidade em geral. E que tomem as suas decisões com uma grande e inabalável certeza - a de que continuarão a ser professores depois da passagem pelo Ministério da Educação desta lamentável equipa dirigente.

O Secretariado Nacional da FENPROF
4/04/2008

Documento que a partir de segunda-feira será enviado para todas as escolas, dirigido a todos os professores e, em particular, aos que exercem funções nos seus órgãos de direcção e gestão.

NOTA: Os Sindicatos da FENPROF assumem, desde já, a garantia de que disponibilizarão os seus serviços de contencioso e apoio jurídico às escolas que deles venham a necessitar.