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Três perguntas ao Secretário Geral do SPE/FENPROF

"É necessário que os professores do EPE tomem consciência do violento ataque contra os postos de trabalho"

08 de novembro, 2011

"Procuramos motivar e incentivar os professores e as comunidades, como forma de alerta, para o ataque sem precedentes de que o EPE está a ser alvo, por parte deste governo", sublinha Carlos Pato em breve entrevista concedida à página electrónica do SPE/FENPROF, nas vésperas da Assembleia Geral (AG) do Sindicato, a realizar no Luxemburgo.

Quais são os objectivos fundamentais desta AG marcada para o próximo fim-de-semana?

Carlos Pato (C.P.) - Em primeiro lugar a AG é convocada por razões de ordem estatutária. Atendendo ao grave momento que se vive no ensino português no estrangeiro e, na expectativa dos cortes que veladamente se anunciam, por parte do MNE, tudo indica que, após a desorçamentação do IC, operada desde o final do anterior governo e agora continuada e perspetiva da no OE para 2012, este subsistema de ensino será reduzido de forma drástica.

É necessário que os professores a trabalhar no EPE tomem consciência do violento ataque desferido contra os seus postos de trabalho, com reflexo imediato  na privação dos alunos, filhos dos portugueses imigrados, dos cursos de LCP.

Essa será a principal finalidade da Assembleia Geral, para além de ser promovido um debate aberto e que se pretende profícuo, no sentido de serem encontradas propostas de combate às medidas redutoras que se anunciam.

Esperas uma boa participação de associados?  Como é que decorreu a mobilização para esta importante reunião?

C. P . - Como não poderia deixa de ser, a direção do SPE espera uma AG bastante participada, dado o grave momento que se vive. Os professores sindicalizados têm de ser mobilizados para podermos dar uma resposta à altura da situação que nos está a ser criada, nos bastidores do MNE, sem que qualquer responsável, nomeadamente o próprio Secretário de Estado das Comunidades tome uma posição definida sobre as matérias. Vai “empurrando com a barriga” o problema para o Instituto Camões que, sem se comprometer, vai desvendando todo um conjunto de medidas que, a não serem tomadas no imediato, além dos prejuízos que delas advêm, prefiguram uma situação de desemprego generalizado no início do próximo ano letivo.

As mensagens e as respostas da tutela deixam o SPE muito preocupado, nomeadamente no que diz respeito à situação profissional de centenas de docentes do EPE. Que perspectivas tem o SPE para apresentar aos docentes, neste momento tão difícil?

C. P . - Efetivamente, as mensagens e as não-respostas da tutela, deixam pouca margem de manobra para que o SPE possa assumir, frontalmente, uma postura de denúncia e combate à destruição do ensino português no estrangeiro. Se não houver uma mobilização de todos os professores, pais e encarregados de educação, enfim, de todos os membros das comunidades emigradas nos países onde o EPE está a funcionar, ao sindicato será muito difícil a adoção de quaisquer medidas.
Procuramos motivar e incentivar os professores e as comunidades, como forma de alerta, para o ataque sem precedentes de que o EPE está a ser alvo, por parte deste governo. / JPO