Nacional
Portalegre, Évora, Beja e Faro encerraram protesto descentralizado, no quarto dia de concentrações. Agora, é a mobilização para a greve nacional de 3 de Dezembro

Frio e chuva não diminuíram determinação dos educadores e professores do Sul

28 de novembro, 2008
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Em Évora, a manifestação decorreu em frente aos Paços do Concelho. Em Beja, a acção, inicialmente convocada para o Largo de São João, acabou por decorrer no cine-teatro Pax Júlia devido ao mau tempo. Em Portalegre, os docentes reuniram-se na Praça da República, no centro da cidade. Recorde-se que as concentrações realizadas nas capitais de distrito e noutras localidades, de norte a sul do País, nos dias 25, 26, 27 e 28 de Novembro, envolveram, no total, mais de 70 000 docentes, como já sublinhou a Plataforma Sindical. Nesta derradeira etapa, em terras do Sul, o tempo não ajudou mas a firme determinação dos educadores e professores, em luta pela sua dignidade profissional, não ficou diminuída. / JPO


Saudação do SPZS

A Direcção do SPZS/FENPROF não pode deixar de saudar todos os Professores e Educadores que, nas capitais de distrito do Alentejo ao Algarve, saíram à rua no passado dia 28 para, apesar da chuva, do vento e do frio, mais uma vez disseram, claramente, NÃO a este modelo de avaliação de desempenho, bem como à sua indigna simplificação.

Muito se tem dito e escrito sobre este modelo e sobre o "simplex", agora apresentado. Queixa-se, mentirosamente, o Secretário de Estado de que não lhe foram colocados modelos alternativos.

Desde o início que a Fenprof propôs alternativas, com princípios diferentes, ao modelo inicial. Em nada transigiu o ME.
Mesmo quando a Fenprof põe à discussão da classe um documento com princípios orientadores para a criação de um novo modelo ou quando, como agora, propõe encontrar uma alternativa transitória para este ano lectivo, tão pouco os Sindicatos são ouvidos.
Será que as mesmas vozes que afirmam que o problema da Educação é de ter sido "governada" pelos Sindicatos, consideram agora que devemos entregar um projecto de Decreto-Lei alternativo e finalizado para negociação? O que nos chamariam então?
A proposta de simplificação agora apresentada e, abusivamente, publicitada nos mails dos Docentes é de um cinismo atroz.
Para além da confusão que criará às escolas, na nova tentativa de simplificação/ condensação de parâmetros na alteração dos avaliadores, com elevados custos, quer pelas novas nomeações em comissão de serviço quer pelo pagamento de horas extraordinárias. Para além do próprio ME ter, ele próprio, parado o processo, ficando agora as escolas à espera da publicação do dito "projecto" e dos despachos que se lhe seguirão, coloca os professores num estranho dilema:

Ou aceitam ser avaliados, exclusivamente pelos Órgãos de Gestão, enquanto funcionários, pelo desempenho de funções ou requerem ser avaliados pelo seu desempenho enquanto professores (tornando-se automaticamente candidatos ao Muito Bom ou Excelente) passando a aceitar, voluntariamente, um modelo que rejeitam.
Acusa agora o mesmo SEE de que têm vindo a ser colocadas novas questões na "negociação". Está enganado: não são novas, são velhas; a divisão da carreira e as quotas da avaliação nunca serão aceites pelos Docentes.
Acusam os Sindicatos de irredutibilidade; mais uma vez estão enganados: não são os Sindicatos; são os Professores e os Educadores Portugueses que estão irredutíveis na defesa da sua dignidade e na defesa da Escola Pública.
E vão demonstrá-lo no dia 3, na GREVE NACIONAL, na maior greve de sempre; vão demonstrar a sua irredutibilidade na VIGÍLIA, nos dias 4 e 5; vão continuar a fazê-lo nas GREVES REGIONAIS, dias 9, 10, 11 e 12 (no SUL).
Vão continuar, nas suas escolas, a suspender esta avaliação, a recusar esta simplificação que é, tão só, uma última tentativa de uma coisa qualquer que já nada é.

Vamos continuar unidos, colegas, agora que nos encontrámos. / SPZS

Revista de Imprensa

(...) Joaquim Páscoa, presidente do Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS), reconheceu que o mau tempo prejudicou as manifestações convocadas para o Alentejo, insistindo, contudo, no apelo para que a totalidade dos docentes adira à greve nacional da próxima quarta-feira, dia 3 de Dezembro.

"A malta cá do Sul quer a ministra [da Educação] na rua", foi uma das frases entoadas pelos manifestantes, em Évora. Em Portalegre a governante foi aconselhada a ler o "Ensaio sobre a Cegueira", de José Saramago, ou a "consultar um oftalmologista".

Os manifestantes em Beja conseguiram escapar à chuva, ao refugiarem-se no Cine-Teatro Pax Júlia. No átrio afixaram um cartaz em que se podia ler, escrito a letras garrafais, "Deixem-nos ser professores".

"A maior parte das escolas do Alentejo já suspendeu ou pediu a suspensão do processo de avaliação", afiançou o presidente do Sindicato dos Professores da Zona Sul, durante a manifestação em Évora.

Após as concentrações, os manifestantes rumaram aos respectivos Governos Civis, para entregar moções com as suas reivindicações.

O secretário-geral da FENPROF e porta-voz da Plataforma Sindical, Mário Nogueira, que esteve também presente na manifestação em Beja, apelou a uma adesão de "cem por cento" por parte dos docentes na greve nacional marcada para quarta-feira./ Lusa, 28/11/2008
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Beja

(...) «O ministério vai ter que recuar», frisou o dirigente sindical (Mário Nogueira) , indicando que «já são quase 400 as escolas que, de uma forma assumida, decidiram suspender a avaliação de desempenho» dos professores.

Relativamente ao actual modelo de avaliação, «não há meios-termos, nem soluções intermédios, nem entendimentos. É a suspensão ou não há negociação», disse Mário Nogueira, garantindo que os sindicatos «não vão ceder nem um bocadinho» e «vão até onde for preciso» na luta.

«O que está em causa é a dignidade e o respeito pelos professores e a qualidade da escola pública portuguesa» que o Governo «quer destruir», afirmou.

(...) Após a intervenção de Mário Nogueira, os manifestantes aprovaram por unanimidade uma moção e exigir a suspensão do modelo de avaliação de professores e depois rumaram a pé e debaixo de chuva até ao Governo Civil para entregar o documento. / Lusa/Sol, 28/11/2008
BEJA
Em Beja, a acção, inicialmente convocada para o Largo de São João, acabou por decorrer no cine-teatro Pax Júlia devido ao mau tempo.

ÉVORA

Em Évora, a manifestação decorreu em frente aos Paços do Concelho

FARO

No Algarve e em Beja, as acções contaram com participação do secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, que chamou a atenção dos docentes e da opinião pública para incapacidade política revelada pela ministra e pelos secretários de Estado face à situação que se está a viver nas escolas portuguesas

PORTALEGRE

Em Portalegre, os docentes reuniram-se na Praça da República, no centro da cidade