Nervoso, incoerente, incapaz de responder às questões colocadas pelos deputados – foi esta a imagem que o Ministro da Educação e Ciência deixou no Parlamento (8/10/2014).
Nuno Crato compareceu no hemiciclo de São Bento ao início da tarde, na sequência de uma iniciativa do grupo parlamentar do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) , que solicitou um debate de atualidade por agendamento potestativo sobre os concursos, as colocações de professores e a grave situação de instabilidade que se vive nas escolas, neste que deveria ser o arranque normal de mais um ano escolar.
A forma de agendamento desta iniciativa, recorde-se, exigiu a presença do Governo/MEC. Crato voltou, assim, ao parlamento e, mais uma vez, mostrou a sua incompetência. Os deputados da oposição deixaram duras (e objetivas) críticas à atuação do Ministro, acompanhado dos secretários de Estado, com destaque para a falta de respeito pela dignidade dos docentes mais afetados e pela situação dos alunos que continuam sem professor.
Como realça a Plataforma Sindical dos Professores, neste debate, da parte do MEC, foi muito mais o que ficou por dizer do que aquilo que foi esclarecido. Como será feita a compensação de aulas aos alunos que continuam sem professor? Como serão compensados os professores prejudicados pela anulação da BCE1? Que comissão será a que o MEC irá criar para discutir aquelas compensações? À falta de soluções, o MEC parece crer “empurrar para a frente” a resolução dos graves problemas que tem vindo a criar.
Dois apontamentos para já:
- O Ministro faz birra e diz que não quer sair (talvez orgulhoso da sua prestação...).
- Afinal, o Ministro não disse que todos os professores iam manter o seu lugar. "Disse: mantêm-se. Não disse manter-se-ão"..."esclareceu" Nuno Crato...
Quem não se deve manter é o Ministro, como se reafirmou, na baixa de Lisboa, na jornada do Dia Mundial do Professor, no passado domingo. / JPO
Reunião na Comissão
Entretanto, a Plataforma Sindical dos Professores foi recebida de manhã na Comissão de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República.
Na audiência, as organizações sindicais identificaram os graves problemas verificados com os concursos e as colocações, apelando à intervenção da Assembleia da República para a sua resolução.
"Na verdade, constata-se que o MEC não só não está à altura de solucionar os erros e atropelos que cometeu como, nos procedimentos que tem desenvolvido, vem agravando injustiças, ilegalidades e o indisfraçável desrespeito pelos docentes, pelos alunos, pelas escolas e também pelas suas direções", sublinha a Plataforma. / JPO