Foi uma população inteira que se uniu contra o encerramento da escola do 1.º ciclo do ensino básico em Fermelã. Uma moção que sendo proposta pelo PCP teve o apoio unânime de todas as bancadas na Assembleia Municipal de Estarreja. Um povo que se afirma unido para vencer e convicto de que assim não sairão derrotados. A revolta de quem não aceita morrer às mãos de um poder que olha as pessoas, a Educação e os serviços públicos como números e cifrões. É deste fermento que Fermelã e o país precisam. / LL
Ecos na comunicação social:
- http://www.tvi.iol.pt/videos/estarreja-contra-encerramento-de-escola/14163068
- http://www.rtp.pt/play/p1103/e159270/jornal-das-19
- http://portocanal.sapo.pt/noticia/30797/
- http://www.terranova.pt/index.php?idNoticia=130117#.U7Uz1J5xRt0.facebook
- http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=749975&tm=8&layout=122&visual=61
MOÇÃO aprovada
Tendo em conta a medida anunciada pelo Ministério da Educação sobre o encerramento de três escolas no concelho de Estarreja, nomeadamente, Santo Amaro e Póvoa Baixo ambas na união de freguesias de Beduido Veiros, e Terra do Monte na União de Freguesias Canelas Fermelã, consideramos que:
O ensino público e a educação são essenciais para o desenvolvimento das nossas crianças e jovens e que numa dimensão pedagógica e de estabilidade é importante que possam ser asseguradas no seu ambiente natural de proximidade;
A resolução unilateral do Ministério da Educação não respeita, sequer o critério mínimo de 21 crianças por escola;
É um ataque às populações das pequenas freguesias, acelerando o processo de despovoamento e abandono das zonas rurais;
O reordenamento escolar tem de ser feito não de forma administrativa, mas avaliando critérios que enquadrem a distintas realidades;
As escolas nestas freguesias, nomeadamente a escola da Terra do Monte, são parte importante na dinâmica social e têm uma grande participação e abertura para a comunidade;
O necessário aumento da mobilidade dos alunos acarreta custos acrescidos de transporte e alimentação aos municípios e às suas famílias, bem como do tempo despendido desnecessariamente nos trajetos diários;
Obrigar as crianças a deslocarem-se para fora do seu meio natural compromete de forma negativa o processo de vinculação com a comunidade em que residem, destruindo o envolvimento da comunidade e das estruturas familiares de apoio;
Devido aos sucessivos cortes orçamentais a obrigatoriedade de redução de pessoal e impossibilidade de contratação, ficam em causa a segurança e a qualidade na oferta dos complexos escolares;
Nomeadamente as instalações da escola da Terra do Monte têm todas as condições físicas e pedagógicas para oferecer um ensino de elevada qualidade, mantendo uma relação de proximidade com toda a comunidade escolar, dando resposta às especificidades que muitos pais elegem para a escolha da frequência deste espaço;
Neste contexto, a Assembleia Municipal de Estarreja, reunida a 27 de Junho de 2014, delibera:
Manifestar preocupação pelo impacto social que o encerramento das escolas terá nos alunos, famílias, e comunidades, nomeadamente a Escola da Terra do Monte;
Manifestar-se contra o encerramento das três escolas no Concelho;
Manifestar a sua solidariedade para com os pais, encarregados de educação e população em geral que poderão vir a ser afetados com estes encerramentos;
Exigir ao governo que reconsidere e anule a decisão de encerramento destas escolas e garanta o seu funcionamento enquanto os pais e comunidade manifestarem interesse em ter escolas de dimensões mais reduzidas onde são oferecidos serviços de qualidade e diferenciados para as suas crianças;
Não estar disponível para assumir compromissos que envolvam eventuais alterações decididas contra a vontade da comunidade escolar, bem como do município.
Esta moção depois de aprovada será enviada para:
Comunicação Social;
Primeiro-ministro
Ministro da Educação
Presidente da Assembleia da República
Grupos Parlamentares
Direção Geral Educação