Nacional
Professores receberam o salário de fevereiro de 2013

Recibos confirmam violentas quebras salariais que acumulam com corte de subsídios

23 de fevereiro, 2013

Se dúvidas houvesse, os recibos de vencimento do mês de fevereiro de 2013 confirmam o pior: as quebras salariais líquidas dos professores são violentas e acrescem ao corte de subsídios que já se arrasta desde 2011. Alguns exemplos:

Professora Olinda Silva, índice 299 (8.º escalão)

  • dezembro de 2008: salário líquido 1.818 euros 
  • fevereiro de 2013: salário líquido 1.464 euros
  • Quebra salarial: 354 euros mensais!

Professor António Pereira, índice 340 (9.º escalão, o mais elevado em que se encontram docentes abrangidos pelo ECD)

  • novembro de 2009: salário líquido 2.276 euros
  • fevereiro de 2013: salário líquido 1.855 euros
  • Quebra salarial: 421 euros mensais!

Professora Sofia Rosário, índice 218 (4.º escalão)

  • janeiro de 2013: salário líquido 1.403 euros
  • fevereiro de 2013: salário líquido 1.213 euros
  • Quebra salarial: 190 euros!

Professor Joaquim Pascoal, índice 340 (9.º escalão)

  • Salário bruto em janeiro de 2005: 2.795,04, correspondendo um salário líquido de 1.881,29
  • Salário bruto em janeiro de 2013: 3.091,82, correspondendo um salário líquido de 1.861,40

  • Apesar de o salário bruto ter aumentado 296,78 euros, 8 anos depois o líquido é inferior em 19,89 euros. Em Fevereiro a redução aumenta mais cerca de 200 euros.

Também as pensões de aposentação sofreram forte corte. Atente-se no exemplo:

Professora Maria Melo,

  • fevereiro de 2012: pensão líquida 1.901,23 euros
  • fevereiro de 2013: pensão líquida 1.608,40 euros
  • Corte na aposentação: 292,83 euros!

Nota: A FENPROF tem em seu poder os recibos que correspondem aos exemplos referidos.

Roubo

Confirma-se, assim, que também os professores estão a ser vítimas de um autêntico roubo feito pelo governo português aos rendimentos do trabalho e aposentações. Um problema que tem na origem o facto de o governo português estar a roubar nestes rendimentos para entregar milhões de euros aos grandes interesses financeiros nacionais e internacionais, para pagar juros à troika e para tapar buracos profundos, alguns feitos de forma criminosa, dos quais o exemplo principal dá pelo nome BPN:

Por este motivo, cresce o número de professores que paga para trabalhar, sobretudo os muitos milhares que se encontram deslocados das suas residências. São também cada vez mais os docentes que, devido a estas quebras, estão obrigados a exercer outras atividades, sob pena de não poderem suportar os seus compromissos financeiros, parte deles decorrente dos custos da educação dos seus filhos, entre outras despesas obrigatórias. Esta situação faz com que muitos docentes se vejam obrigados a dividir o tempo entre as escolas e os seus alunos com outras atividades que têm de exercer, com prejuízo óbvio para a sua atividade profissional.

É necessário que, urgentemente, se ponha cobro a esta situação, o que passa por uma profunda mudança de política, uma séria renegociação do memorando da troika, não apenas em relação aos prazos, mas igualmente aos montantes e juros, e por deixar o Estado de alimentar monstros criados por quem, por vezes impunemente, continua a ser responsável pela delapidação do erário público.

A luta dos professores passa por aqueles objetivos e também pela indispensável demissão de um governo que não defende os interesses e direitos dos portugueses.

O Secretariado Nacional da FENPROF
23/02/2013