Nacional

Recortes de imprensa: Portaria 292-A/2012, 26 setembro

28 de setembro, 2012

DIÁRIO DE NOTÍCIAS

Deixar ensino vocacional só com positiva a tudo

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Em declarações ao DN, Vítor Godinho, do conselho nacional da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), acusou o Ministério da Educação e Ciência (MEC) de "conduzir os alunos para um beco sem saída" porque, uma vez integrados nestas vias, "dificilmente" as deixam. "Aos 13 anos, acabam por ser emparedados em cursos onde lhes são ensinadas determinadas profissões, sem qualquer garantia de que o mercado terá procura para estas quando saírem", criticou.  
 
"E neste momento estamos a falar apenas de dois exames, mas o próprio ministério já deu conta da intenção de alargar as provas externas a mais disciplinas", acrescentou o sindicalista.  
 
Questionado pelo DN, o MEC confirmou que estes estudantes terão mesmo de obter positivas em todas as provas finais. Tanto nas que atualmente existem português e matemática - como em "todas as provas que estiverem previstas" na altura em que pretendam o reingresso no ensino regular.  
 
Para a Fenprof, esta é uma regra discriminatória: "Estes alunos podem ter 100% de aproveitamento e ainda assim ser impedidos de frequentar o ensino regular devido a uma negativa numa prova", lembrou Vítor Godinho. O MEC contrapõe que "os cursos têm uma estrutura curricular diferente, logo o tratamento não pode ser igual. Pretende-se que os alunos dos cursos vocacionais ao transitarem para o ensino regular o façam com conhecimentos que garantam sucesso escolar no novo percurso. Essa garantia passa por mostrar que têm bases simultaneamente a Matemática e a Português", diz a tutela.

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PÚBLICO

Alternativa de ensino para repetentes avança por entre críticas e aplausos

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A Federação Nacional de Professores (Fenprof ) considera que estes estudantes "estão a ser empurrados para um beco sem saída".

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Vítor Godinho, da Fenprof, considera que esta análise "não faz sentido", dado o perfil definido para os alunos que poderão ser encaminhados para o ensino vocacional, que não é obrigatório. "O ensino vocacional será particularmente recomendado aos estudantes que manifestem constrangimentos com os estudos do ensino regular e procurem uma alternativa a este tipo de ensino"; "para ingressarem nesta via, os alunos devem ter a idade mínima de 13 anos"; "será particularmente recomendado aos alunos com duas retenções no mesmo ciclo ou três retenções em ciclos diferentes", explicita o MEC, através do gabinete de imprensa.  
 
"Ora, alunos com 13 anos e uma história de insucesso e sem qualquer apoio extra vão ser aprovados nos exames de 6.º e 9.º anos como? Ainda ficam com menos alternativas do que os restantes, que podem prosseguir com negativa nos exames. A estes, se reprovarem, só restará mesmo o ensino vocacional", considera Vítor Godinho, porta-voz da Fenprof para esta matéria. Também questiona o facto de o processo começar "muito depois do início do ano lectivo e em data incerta". "O MEC, em vez de resolver o problema do insucesso escolar, decidiu conviver com ele e, para iniciar um projecto destes sabe-se lá quando, tem pressa em fazê-lo", diz.  

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