O 1.º de Maio de 2025 foi amplamente participado em Portugal, com manifestações, comícios e atividades culturais promovidas, com maior envolvimento da CGTP-IN, a maior e mais representativa confederação sindical portuguesa.
Manifestações e Concentrações tiveram forte intervenção política
A CGTP-IN organizou manifestações em várias cidades, incluindo Lisboa, Porto e Coimbra. Estas manifestações trouxeram às ruas as preocupações dos trabalhadores com os salários e com o futuro das reformas e pensões, para além de centrarem o seu peso reivindicativo na defesa d melhores horários, condições de trabalho e defesa dos serviços públicos.
A CGTP-IN (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional) atribui uma grande importância às comemorações do 1.º de Maio, considerando-o um dia central na luta dos trabalhadores por direitos, dignidade e justiça social. Para a CGTP-IN, esta data é um símbolo de unidade e resistência da classe trabalhadora e marca a força coletiva dos trabalhadores para exigir melhores condições de vida e trabalho.
Principais enfoques reivindicativos
Todos os anos, nas ações do 1.º de Maio concentram-se os aspetos mais importantes da ação reivindicativa do movimento sindical unitário. Este ano, a CGTP-IN elegeu, como aspetos principais, o aumento geral dos salários, a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais combate à precariedade e à desregulação laboral e o reforço dos serviços públicos e defesa da Segurança Social pública.
Aqui estão algumas das palavras de ordem mais marcantes da CGTP-IN nas comemorações do 1.º de Maio de 2025:
"Aumentar salários, combater a exploração!"
— Reivindicação central pelo aumento do poder de compra.
"35 horas para todos, sem cortes nem truques!"
— Exigência da redução do horário de trabalho semanal.
"Precariedade não é futuro!"
— Apelo ao fim dos contratos instáveis e vínculos precários.
"Trabalhadores unidos jamais serão vencidos!"
— Slogan clássico que reforça a importância da unidade de todos os trabalhadores.
"Paz, progresso e justiça social!"
— Referência à atualidade internacional e à necessidade de um modelo de desenvolvimento centrado nas pessoas.
"Mais investimento, melhores serviços públicos!"
— Luta pela valorização da escola pública, SNS, transportes e proteção social.
Estas palavras refletem a postura combativa e mobilizadora da CGTP-IN, que vê o 1.º de Maio como um dia de luta e de afirmação coletiva.
Anabela Sotaia interveio em representação da Comissão Executiva da CGTP-IN
Em Coimbra, dirigindo, em nome da Central uma saudação aos trabalhadores:
Em nome da Comissão Executiva da CGTP-IN, dirijo uma forte saudação a todos os que, neste 1.º de Maio, se juntam a esta imensa jornada de dignidade, luta e resistência — jovens, trabalhadores, reformados, todos os que recusam baixar os braços e lutam por uma vida melhor!
Saúdo quem, diariamente, com coragem e determinação, enfrenta a exploração, as injustiças e a precariedade. Saúdo quem, dia após dia, luta por salários dignos, pensões justas e condições de vida que respeitem aqueles que, com o seu trabalho, constroem este país!
Num tempo em que as desigualdades crescem, em que os lucros dos grandes grupos económicos disparam à custa do nosso esforço, do esforço dos trabalhadores, a nossa resposta tem de ser firme: não aceitamos mais sacrifícios impostos a quem trabalha, para continuar a alimentar os lucros obscenos do capital!
Hoje é dia de festa, mas também é dia de erguer o punho! É dia de afirmar, com determinação: estamos aqui, estamos juntos, estamos na luta! Na luta por um futuro mais justo, mais solidário, mais humano!
E no próximo dia 18 de maio, o nosso voto tem de valer a nossa luta! Não elegemos um primeiro-ministro — elegemos deputados. E esses deputados têm de estar ao lado dos trabalhadores, não ajoelhados perante o patronato!
Camaradas,
A alternativa não cairá do céu. A alternativa constrói-se com a força da nossa mobilização, com a nossa ação nos locais de trabalho, com a nossa presença nas ruas! Com a nossa luta! E a luta, camaradas, preocupa-os, incomoda-os muito, causa-lhes inquietação…
E, por isso, a luta é o caminho! E porque, como dizia o poeta, a esperança não fica à espera, construamos o futuro de punho erguido!
Viva o 1.º de Maio!
Viva a luta dos trabalhadores!
Viva a CGTP-IN!
Vivam os valores de Abril!
1.º DE MAIO - DECLARAÇÃO DA INTERNACIONAL DA EDUCAÇÃO
Os educadores estão entre os primeiros alvos dos tiranos. Assumem também a liderança na luta pela democracia.
Neste dia 1 de maio, a Internacional da Educação expressa a sua solidariedade aos sindicalistas de todo o mundo que defendem a democracia, os direitos humanos e a justiça social.
A ascensão de políticos de direita e autoritários em todo o mundo é uma ameaça ativa aos valores sindicais, bem como aos trabalhadores e às comunidades vulneráveis que os sindicatos defendem. Os bilionários arrogantes estão a assumir o controlo de governos, economias e vidas. Veem a democracia, as leis e os direitos dos trabalhadores como obstáculos que querem derrubar.
Como voz e força dos professores e dos restantes trabalhadores de educação, denunciamos também os ataques contínuos à educação pública, à liberdade académica e aos direitos das comunidades marginalizadas, incluindo os estudantes migrantes e as pessoas LGBTI+. Estes ataques minam o direito à educação e os valores que defendemos.
Perante conflitos violentos, guerras comerciais, crescente desigualdade, desintegração da ordem internacional e emergência climática, o movimento sindical deve utilizar o seu poder coletivo para construir um mundo enraizado na solidariedade, na paz e na dignidade humana. Como educadores, devemos continuar a ensinar e a moldar o futuro com determinação e esperança.
De Myanmar ao Irão, Argentina, Turquia, Bielorrússia, Eswatini e mais além, professores e educadores estão a liderar corajosamente a luta pelos direitos humanos e pela democracia. Apesar da violência, da intimidação e do medo, perseveram, resistem. Nos Estados Unidos, outrora considerados um exemplo de democracia, populações inteiras estão ameaçadas por um regime autoritário empenhado em destruir os direitos civis, a educação pública, o Estado de direito, o setor público e o planeta. Solidarizamo-nos com os nossos afiliados nos EUA que apelam ao fim da detenção indiscriminada de estudantes internacionais e migrantes, incluindo menores, e lamentamos a detenção e deportação arbitrárias de milhares de trabalhadores migrantes sem o devido processo legal e em total desrespeito pelos direitos humanos básicos e pelas proteções legais.
Perante estes e outros governos hostis, continuamos unidos no nosso compromisso com a justiça social, a equidade, a inclusão e a educação pública de qualidade para todos. Democracia e sindicatos estão intimamente ligados: um não pode prosperar sem o outro. A nossa luta pela democracia inclui combater a desinformação, o ódio organizado e garantir a transparência e a prestação de contas no governo. A luta pela democracia exige sindicatos fortes e democráticos na comunidade e no local de trabalho, bem como pensamento crítico e cidadania ativa na sala de aula.
A democracia é mais do que eleições livres e justas: é agir em nome do povo, não em nome dos oligarcas que saqueiam os recursos públicos. Trata-se de combater a desigualdade, a intolerância e defender a justiça social e climática. Estas são questões de sobrevivência que constroem uma comunidade global partilhada.
A Internacional da Educação junta-se ao movimento sindical global com um programa de dez pontos para reconstruir a democracia e gerar resultados para os trabalhadores:
1.º - Tributação justa universal,
2.º - Contratação Coletiva,
3.º - Educação pública para todas as crianças,
4.º - Serviços públicos para todos, sem fins lucrativos,
5.º - Saúde, reforma e proteção social,
6.º - Salários dignos para todos os trabalhadores,
7.º - Ação climática e uma transição justa para as pessoas e para o planeta,
8.º - Liberdade e igualdade,
9.º - Paz e solidariedade, em vez de ódio e guerra, e
10.º - Respeito pelos direitos dos migrantes de trabalhar e construir uma vida.
Como educadores, conhecemos a história e ensinamos sobre o futuro. Desde o Dia do Trabalhador, na década de 1880, que esta data é uma ocasião para os trabalhadores de todo o mundo se reunirem para celebrar a solidariedade sindical e lutar pelo progresso. Neste dia 1 de maio, longe de nos intimidarmos e recuarmos, continuaremos a avançar com solidariedade e determinação. A nossa determinação mantém-se, a nossa determinação cresce: defender a democracia e os direitos humanos