Revisão dos Estatutos de Carreira

Institutos de Engenharia do Porto, Lisboa e Coimbra estiveram fechados até às 10h00 em protesto

03 de junho, 2009

Os institutos superiores de engenharia do Porto, Coimbra e Lisboa estiveram fechados até às 10h00 de hoje em sinal de protesto pelo estatuto da carreira docente do Politécnico e, para o início da tarde, está marcada uma concentração de professores frente à Assembleia da República. Estão igualmente previstas audiências com alguns grupos parlamentares.

Os professores não aceitam as alterações apresentadas pelo ministro Mariano Gago e decidiram fazer esta manhã "uma paragem simbólica" que passou pela não abertura das portas dos três institutos politécnicos. O que está previsto é que depois das 10h00 os institutos abram as portas, mas, em princípio, não haverá aulas em nenhum dos três ao longo do dia.

Só do Porto, rumo a Lisboa, partiram duas carrinhas, e a Fenprof e o Sindicato Nacional do Ensino Superior esperam uma "forte mobilização para as acções de protesto convocadas para hoje".

Cristina Matos, professora do Instituo Superior de Engenharia do Porto, disse há momentos ao PÚBLICO que os docentes do Politécnico não vão aceitar o estatuto que o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior pretende impor. E precisa que "as escolas que mais apostaram na formação acabam por ser as mais penalizadas com este estatuto, como acontece com o Porto".

A mesma professora explica, por outro lado, que, de acordo com o estatuto da carreira docente do Politécnico, os professores com doutoramento com mais de 20 anos são obrigados a concorrer para terem um contrato por tempo indeterminado. "Os colegas com doutoramento no universitário não necessitam de concorrer, têm lugar como professores auxiliares sem necessitarem de concorrer", insurge-se Cristina Matos. / Público, 3/06/2009