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Para quando a demissão do Director-Geral do Ensino Superior?

02 de abril, 2004

A comunicação social deu conta no passado dia 24 de Janeiro que a Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES) teria solicitado às instituições a listagem dos funcionários docentes e não-docentes que fizeram greve no dia 23. Esta atitude é a todos os títulos intolerável, pois pode indiciar uma atitude persecutória para com os aderentes à greve.

Se é compreensível e até desejável que o Governo queira conhecer a real adesão à greve, em vez de enveredar pela atitude propagandística da minimização dos impactos de uma qualquer greve, é absolutamente inadmissível que queira proceder a algo mais do que à recolha de percentagens de adesão à greve em cada uma das instituições. Apenas a estas, dada a autonomia de que gozam, cabe a verificação da assiduidade e a execução dos correspondentes cortes legais nos vencimentos dos aderentes à greve.

Entretanto, a Ministra do Ensino Superior enviou à FENPROF um comunicado onde ?desmente categoricamente notícias vindas a público no sentido de a responsabilizarem ou ao Governo por um alegado pedido dos nomes de funcionários que tenham aderido à greve? e onde informa que ?na sequência de eventuais anomalias por parte da DGES, irá proceder a um rigoroso inquérito para apuramento de todas as responsabilidades?.

Este Director-Geral estranhamente ficou incólume no processo de favorecimento da filha de um ministro no acesso a medicina que levou à demissão de dois ministros e no qual também esteve envolvido.

Não tendo razões para duvidar do teor do comunicado da Ministra e considerando que vai haver um inquérito, a FENPROF pergunta:

Será desta vez que este Director-Geral será demitido?

 João Cunha Serra

FENPROF/Ensino Superior