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Luxemburgo

Morte anunciada do ensino integrado em Esch-sur-Alzette

26 de novembro, 2016

Há dois anos aconteceu em Differdange mas de imediato ficámos com a sensação que os danos colaterais se revelariam algum tempo depois. Meu dito, meu feito! O grupo de diretores, quão poderosos decisores em “causa” própria”, envoltos num secretismo típico da polícia hitleriana, resolveu exterminar o ensino português integrado na segunda maior cidade do sul do Grão-Ducado.

A autonomia comunal medieva, tão útil em determinadas situações como a presente, serviu para tirar um ministro sem poder de cena, o que aliás se revela muito útil em situação de conflito provocado por um grupo de diretores “todo poderosos”, sancionados na sua atuação xenófoba por um vereador/maestro que dirigiu esta funesta banda de música.

Só que agiram pela calada, em reuniões convocadas expressamente para aqueles que tocavam o mesmo instrumento para que o Wagner não levasse a mal e deixaram de fora os outros que tocariam acordes dissonantes e contrários aos seus nefandos desígnios.

A comunidade portuguesa residente na zona sul de Grão-Ducado terá uma palavra a dizer. Terá de lhes mostrar o seu real valor e união na defesa e divulgação da nossa língua, cultura e tradições. Somos muitos e bons!

Corram massivamente aos serviços comunais e inscrevam-se para votar nas próximas eleições de outubro de 2017. Somos muitos e revoltados! O voto é uma arma do povo que deve ser utilizada na altura própria. Mostremos a nossa força, mostremos o nosso descontentamento através do voto e façamos uma demonstração da nossa  vontade e determinação.

Não podemos ser “espezinhados”

O ensino da língua e a liberdade de expressão não podem e não devem ficar confinadas a meia dúzia de pseudo “iluminados” que se julgam donos e senhores do mundo, como já vimos em 1939-45! Fundamos-lhes as “lâmpadas” para que fiquem mergulhados no obscurantismo que tanto agrada aos nacionalistas!

Nós somos do sul, temos céu azul e um sol radioso. Iluminemos a nossa vida, feita de trabalho e sacríficos diários. Nós que tanto demos a este país e continuamos a dar, não podemos ser “espezinhados” por aqueles que, aproveitando-se da nossa humildade, educação e tolerância todos os dias nos tentam humilhar. Somos portugueses orgulhosos e não queremos seguir o caminho que foram obrigados a trilhar, italianos e outras comunidades que por aqui passaram e tanto deram a esta terra que nunca os considerou seus pares.

Comissão Executiva do SPE/FENPROF