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Preocupações em cima da mesa

Reunião dos professores no EPE/Luxemburgo com o Deputado Paulo Pisco

15 de março, 2013

Decorreu ontem, dia 14 de março, na sede da OGB-L, uma reunião com o Deputado do Partido Socialista, Paulo Pisco, e ainda com o Conselheiro das Comunidades, Eduardo Dias.

O principal objetivo deste encontro foi prestar informações ao deputado eleito pelo círculo da Europa à Assembleia da República sobre as dificuldades por que passam os professores a trabalhar no Luxemburgo.

Discutiu-se a política cega e desumana de cortes salariais imposta pelo Governo português sem que o mesmo tenha em consideração o elevado custo de vida existente nos países onde os professores trabalham bem como as suas condições de trabalho.

Outro dos pontos abordados prendeu-se com a política adotada pelo Camões-IP nas alterações introduzidas que estão a provocar um crescente mal estar, bem como na incompreensível urgência na sua operacionalização, o desajuste das medidas assim como a sua base de sustentação o que instala um clima de perfeito desnorte. Bem diz o povo português que: “depressa e bem...”, neste caso, “depressa e mal”.

A propina esteve sempre presente: qual doença que só vai agravar a vida dos professores. Vai levar ao encerramento de elevado número de cursos por falta de alunos que, numa atitude perfeitamente compreensível por parte dos encarregados de educação, levará a que uns abandonem e outros nem cheguem a entrar nesta modalidade especial de ensino do português.

Os professores serão as vítimas previstas nesta medida com o consequente desemprego!

Os professores tiveram a oportunidade de manifestar as suas preocupações para um futuro próximo que se adivinha catastrófico. Demonstraram algumas situações de insolvência, a solicitação de ajuda para conseguirem chegar ao fim de cada mês, a disparidade flagrante entre o salário mínimo qualificado auferido no Luxemburgo e o salário que efetivamente é pago pelo Governo português a estes profissionais da educação.

Como se o cenário não fosse já de si deprimente, o Camões-IP prepara-se para retirar aos professores o reembolso das despesas com transportes numa atitude inqualificável de desrespeito pelo quadro legal estabelecido no Regime Jurídico do EPE.

Os professores têm como imperativo de imagem a dignidade e o respeito que lhes é devido pelos seus pares, com os quais trabalham todos os dias nos estabelecimentos de ensino. É flagrante a diferença entre uns e outros o que transmite uma imagem de degradação da qualidade de vida dos professores portugueses.

Na sua intervenção o Conselheiro Eduardo Dias traçou as assimetrias verificadas na forma de tratamento de que estão a ser vítimas os professores portugueses e os restantes trabalhadores, como nós emigrantes, mas com uma melhor qualidade de vida baseada nos salários que auferem.

Vincou-se um claro retrocesso na vida dos professores que, com todas estas medidas de austeridade os fizeram recuar a meados do século passado, quer em termos salariais quer de dignidade e de respeito que lhes são devidos.

Um professor quase indigente não granjeia o respeito dos outros pelo seu trabalho e para si próprio!

O Sindicato dos Professores no Estrangeiro irá continuar com esta política de solicitação de consultas e reuniões com os representantes dos deputados eleitos pelos círculos eleitorais da emigração. Assim se mostrem disponíveis em ouvir, de viva voz, as realidades vividas por todos os professores no EPE.

Luxemburgo, 15 de março de 2013.
A Comissão Executiva do SPE/FENPROF