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Paulo Pisco

19 de dezembro, 2012

PS: Governo devia dar "orientação clara"
para portugueses não emigrarem para o Luxemburgo

16 dezembro 2012,Lusa

O deputado do Partido Socialista (PS) eleito pelo círculo da Europa, Paulo Pisco, considerou hoje que o Governo devia dar aos portugueses "uma orientação clara" para não emigrarem para o Luxemburgo, onde há "muitos portugueses a passar muito mal". 

Em declarações à agência Lusa depois de uma visita ao país, e de alguns contactos com a comunidade portuguesa e com autoridades locais, Paulo Pisco defendeu que era "importante" que "da parte do Governo português houvesse uma orientação clara para que não houvesse emigração para o Luxemburgo".

De acordo com o deputado, esse é também "o desejo das autoridades luxemburguesas", uma vez que o país "já não consegue ter capacidade para gerir o afluxo de portugueses".

"Há muitos portugueses que chegam aqui e estão a passar muito mal", acrescentou, lembrando que os emigrantes portugueses no Luxemburgo estão a ser muito afectados pelo desemprego.

Paulo Pisco considera que as declarações do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, -- que, no sábado, alertou quem pretende emigrar para este país para a necessidade de, antes de avançar, vir com "opções de vida e soluções de trabalho muito consolidadas" -- "continua a fazer um apelo à emigração".

José Cesário salientou ainda, no mesmo dia, que "mais ou menos 1/3 da população desempregada no Luxemburgo é portuguesa".

Na perspectiva do deputado socialista, "este discurso acaba por funcionar como um apelo à emigração". Para Paulo Pisco, "não pode haver, mesmo com cautelas, apelos à emigração. É absolutamente inaceitável".

O socialista considerou também que "é preciso um esforço colectivo -- da parte do Governo, das autoridades diplomáticas e consulares, da coordenação do ensino, dos sindicatos e da parte das famílias portuguesas que estão no Luxemburgo -- para que o que está previsto em diversos acordos entre Portugal e o Luxemburgo relacionados com a integração do português no ensino oficial luxemburguês possa ter expressão".

"Até agora, só há ensino integrado até ao 6.º ano, e de forma relativamente limitada. Seria muito importante que o ensino do português pudesse ir para além do 6.º ano, pela importância da língua portuguesa, e pela importância da comunidade portuguesa no Luxemburgo", concluiu.