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EDITORIAL DO BOLETIM INFORMATIVO DE OUTUBRO DE 2018

JUNTOS

17 de outubro, 2018

O tempo que vivemos é de ação ou não fosse de discussão e aprovação de mais um Orçamento do Estado, neste caso, para 2019. É um tempo em que se discutem opções e em que os discursos hipócritas acabam por ser desmascarados, na medida em que, não raras vezes, compromissos e promessas dos governantes não têm qualquer correspondência no documento que deveria conter as verbas para os satisfazer.

O que antes se afirma é válido para as famílias, para os serviços públicos e também para os trabalhadores, estejam eles no ativo ou aposentados. Neste último caso e, em particular, para os professores, os últimos Orçamentos do Estado não têm correspondido às expetativas de quem esperava que, num contexto político inédito, algo de muito significativo pudesse ter acontecido. Tal não significa que o quadro político anterior fosse mais favorável e, nele, se resolvessem mais e melhor os problemas. Nada disso. Contudo, era indisfarçável em muitos colegas aposentados (como nos do ativo), que o seu horizonte de mudança ia muito para além da que tem acontecido, mesmo acrescida da que poderá ainda acontecer.

Nos professores era fácil perceber a expetativa. Estava presente nas intervenções dos colegas nas reuniões realizadas e nos documentos aprovados na 2.ª Conferência de Professores Aposentados que realizámos no Porto. Nela se confirmou que os colegas aposentados estavam longe de ser um grupo de gente resignada, incapaz de lutar pelos justíssimos direitos. A afirmação “os aposentados/reformados continuam a ser cidadãos ativos, para quem não é indiferente o rumo da sociedade porque é nesse rumo que se define o conjunto de direitos de que não prescindem e pelos quais lutam, numa interação solidária do coletivo e do individual”, que consta da Resolução aprovada naquela Conferência, não deixa qualquer dúvida quanto à determinação dos colegas em continuar a pugnar, também através da luta reivindicativa, não só pelos seus direitos, como por um novo rumo para uma sociedade que, tantas vezes, esquece os deveres que tem para com aqueles que lhe permitiram chegar aos dias de hoje.

As dificuldades e o ritmo bem mais lento do que o desejado, porém, não nos farão desanimar ou desistir. Os professores e educadores aposentados saberão dar conta do recado e também sabem que contarão sempre com a FENPROF na sua caminhada. Sabem que este é o espaço solidário em que se podem organizar para lutar, para refletir ou, simplesmente para se encontrarem. Aqui estamos juntos, professores de ontem, de hoje e de sempre. Aqui, solidários, continuamos todos a desenhar o rosto do futuro.

Mário Nogueira

Secretário-Geral da FENPROF