Nacional
Centenas de escolas encerradas ou sem aulas, milhares de professores, educadores e investigadores em greve

Educação responde com firmeza às políticas destrutivas do governo para a Administração Pública

08 de novembro, 2013

Centenas de escolas estão encerradas ou sem aulas, milhares de professores, educadores e investigadores estão em greve, nas maiores localidades do país, para a maioria dos alunos, hoje é um dia sem aulas.

Não por estarmos em período de interrupção letiva, mas porque também na Educação, profissionais docentes e não docentes quiseram deixar muito clara a sua firme oposição ao desmantelamento da Escola Pública, à introdução, pelo governo, de novos fatores que poderão provocar fortes quebras da qualidade do ensino e também a políticas que têm os trabalhadores da Administração Pública como alvo a abater.

Se outros motivos não existissem (e infelizmente são por demais conhecidos), as propostas de Orçamento do Estado para 2014 e de “reforma” do Estado, o novo, privilegiado e inconstitucional estatuto para o ensino privado, o programa de despedimentos disfarçado sob a capa de rescisões amigáveis ou a chamada prova de acesso à profissão em que quase todos os que sujeitarão à mesma, já acederam seriam fortíssimas razões para que os professores se envolvessem também nesta luta.

Para 2014 e, pretende o governo, os anos seguintes, os cortes salariais poderão tornar-se ainda mais violentos, o desemprego docente cada vez mais elevado, a instabilidade atingirá um cada vez maior número de docentes dos quadros, com a mobilidade especial a espreitar atrás de rescisões que não passam de despedimentos baratos e sem direitos, as escolas públicas a tornarem-se alvo de negócios privados, o cheque-ensino a ser coberto com o dinheiro de todos os contribuintes, as carreiras profissionais a desmantelarem-se, as verbas para o ensino superior e a investigação a serem insuficientes, entre muitas outras medidas que vagueiam pelas páginas do OE e do chamado “guião”.

Daí que no setor da Educação a greve tivesse levado ao encerramento de um tão elevado número de escolas e, mesmo num tempo de tantas dificuldades, a uma muito significativa adesão de docentes. A FENPROF está a atualizar os dados em tempo real, podendo estes ser consultados em www.fenprof.pt.

Nos próximos dias 14 e 15 de novembro, a FENPROF vai reunir o seu Secretariado Nacional, analisar a atual situação que se vive no setor e decidir como continuar a lutar para travar as políticas em curso e contribuir para que Portugal e os portugueses, a Escola Pública e os seus professores continuem a ter futuro.

O Secretariado Nacional da FENPROF
8/11/2013