Nacional

Função Pública: Sindicatos satisfeitos com adesão à greve

08 de novembro, 2013

Última atualização hoje às 10:18, 

Publicado hoje às 07:17

Os sindicatos da Função Pública estão satisfeitos com a adesão dos trabalhadores do Estado à greve. A CGTP fala mesmo de uma «enormíssima adesão».

O líder da CGTP, Arménio Carlos, afirma aos jornalistas que está satisfeito com a «enormíssima adesão» à greve da Função Pública, embora não tenha adiantado números concretos.

Mais tarde, no Fórum TSF Arménio Carlos salientou que a democracia por estes dias não é igual para todos, porque existem pessoas que apenas por motivos económicos optaram por não fazer greve.

No mesmo sentido foram as declarações do secretário-geral da UGT. Carlos Silva diz que, apesar de muitos funcionários públicos não poderem prescindir de um dia de salário e por isso não participarem no protesto, a paralisação está a ter um bom resultado.

Por sua vez, Ana Avoila, da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, está satisfeita com os primeiros números da greve durante a madrugada: «A recolha de lixo a partir das 22:00 apresentava uma adesão de 100 por cento, assim como os hospitais em todo o país, com uma média entre os 90 e os 100 por cento».

A dirigente da Frente Comum acredita que ao longo do dia este será um nivel de adesão que vai manter-se.

Depois dos transportes, a semana fecha com a greve na Função Pública, que junta os sindicatos afectos à CGTP e UGT, um protesto contra os cortes salariais e nas pensões e também de repúdio pelo aumento da carga de trabalho semanal para as 40 horas.

Os repórteres da TSF tomaram o pulso esta manhã à adesão à greve. A maioria das escolas visitadas estavam fechadas.

Na escola secundária Filipa de Vilhena, no Porto, dos 24 auxiliares apenas dois tinham entrado ao serviço e por isso a direção decidiu que não existiam condições para o normal funcionamento a escola.

Na escola secundária Emídio Garcia, em Bragança, o cenário é idêntico, com apenas dois dos 35 auxiliares a trabalhar e a escola fechada. Em Braga, a escola secundária Carlos Amarante está também a meio-gás.

Mais a sul, em Faro, na escola João de Deus as portas também estão fechadas. Das oito escolas que a repórter da TSF visitou apenas duas se encontravam abertas.

No Hospital de Faro só está ao serviço uma funcionária administrativa, quando deviam estar a trabalhar quatro. Durante a noite as urgências funcionaram normalmente, apurou a repórter da TSF.

Em Faro, a recolha do lixo foi realizada pelos serviços municipais durante sem problemas.

Noutro setor, em Lisboa, no Parque de Recolha dos Camiões do Lixo, nos Olivais, a repórter da TSF constatou que durante a madrugada o nível de adesão à greve foi de 45 por cento. No turno que entrou às 5:30 chegou aos 65 por cento.

Nuno Almeida, da direção do sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, diz que a adesão só não foi maior, porque alguns funcionários embora reconheçam a justiça da paralisação, precisam de trabalhar por causa da degradação das condições de vida económica, em que «um dia de salário faz diferença nas contas diárias».

No centro de saúde de Sete Rios, duas funcionárias estavam no posto de trabalho e na parede uma folha apontava o nome dos sete médicos que não vão trabalhar neste dia de greve.

Já em Coimbra, no edifício principal do Centro Hospitalar Universitário, a adesão dos enfermeiros à greve foi de 72 por cento no turno da meia-noite às 8:00, adiantou o sindicalismo Paulo Anacleto. No IPO e no Hospital Sobral Cid chegou aos 100 por cento. Na Maternidade Bissaya Barreto a adesão foi de 60 por cento.

Também em Coimbra, no terreno a TSF verificou que existiu recolha de lixo durante a noite e madrugada. Em Viseu, a siuação é idêntica.

A adesão à greve no Hospital de Viseu ronda os 80 por cento, em Tondela os 70 por cento e em Lamego os 75 por cento.

Em Braga, os efeitos mais visíveis estão relacionados com a recolha de lixo e com os transportes urbanos.

No Hospital de Bragança, a adesão é de 100 por cento, segundo os sindicalistas. Dos autocarros que fazem linhas urbanas e rurais não saíram metade. A recolha de lixo funcionou perfeitamente.

Durante a noite a adesão dos enfermeiros à greve no norte foi de 70 por cento, disse à repórter da TSF uma sindicalista. / TSF, 8/11/2013