Nacional
Docentes e investigadores

Em greve contra a destruição da escola pública democrática, em defesa da profissão e de um futuro que abra Portugal aos portugueses

07 de novembro, 2013

 Piquete de Greve - Escola Secundária Jaime Cortesão, Coimbra

 Declaração de Mário Nogueira, ao início da manhã

 Declaração de Sérgio Branco, docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

Resposta firme, determinada e corajosa

Recortes de imprensa: grande adesão à greve ("A maioria das escolas visitadas pelos repórteres da TSF estavam fechadas")

Dados de adesão à Greve Geral da Administração Pública:

O Secretário Geral da Federação Nacional dos Professores disse à comunicação social que a greve de hoje na Função Pública contra o agravamento da austeridade está a ter "um impacto fortíssimo" na educação.

"O balanço que fazemos em relação aos dados que nos chegaram é que a greve está a ter um impacto fortíssimo na educação, com as escolas sem aulas e encerradas um pouco por todo o país", afirmou Mário Nogueira.

O dirigente sindical apontou, como exemplos de uma longa lista de adesões à greve, as escolas de Almada, Vila Franca de Xira e Moita, onde "todas as EB 2,3 estão encerradas", e Penacova, os conservatórios de música de Coimbra e de Braga e as escolas secundárias dos centros das maiores cidades.

"Pelo menos neste período da manhã, [a greve] teve uma grande adesão, o que também tinha que ser porque neste momento as dificuldades são grandes, mas o ataque também é enorme", acrescentou Mário Nogueira.

Para o Secretário Geral da FENPROF, os "ataques" do Governo à educação foram "muito evidentes" esta semana, referindo "o benefício de privados, com a delapidação de dinheiros públicos", o Orçamento do Estado e guião da reforma do Estado como sinais "clarinhos de que o futuro para este Governo, e mantendo-se estas políticas, passa pelo desemprego, por reduzir os salários ainda mais, por privatizar, por pôr em causa o futuro das pessoas e da educação, o ensino de qualidade e da escola pública".


Os professores, educadores e investigadores portugueses participam na Greve Geral da Administração Pública que se realiza esta sexta-feira, dia 8 de novembro.

As razões para a adesão dos docentes e investigadores à Greve Geral da Administração Pública tornaram-se ainda mais fortes depois de se conhecerem a proposta de Orçamento do Estado para 2014, as intenções dos governantes para “reformar” o Estado, o novo estatuto do ensino privado e todo o escândalo que tem envolvido o seu financiamento público, entre outros motivos em que, mais recentemente, relevam o programa de despedimentos disfarçado sob a capa de rescisões amigáveis ou a chamada prova de acesso à profissão, criada para afastar professores da profissão, depois de terem sido afastados das escolas.

As medidas concretas que o governo quer impor são por demais conhecidas dos professores: cortes salariais ainda mais violentos, desemprego cada vez mais elevado, instabilidade generalizada do corpo docente e ameaça de transferência para a mobilidade especial, entrega das escolas públicas ao setor privado, aplicação do cheque-ensino, desmantelamento das carreiras profissionais, corte violento de verbas para o ensino superior e a investigação, tentativa de imposição de restrições ao protesto e, em geral, à ação sindical em defesa dos trabalhadores, entre tantas outras….

Os professores e investigadores sabem que, nesta greve, não há “terceira via”: ou manifestam o seu protesto e repúdio em relação às medidas propostas pelo governo; ou o governo tê-los-á como apoiantes dessas medidas, ainda que fossem outros os motivos que os levaria a não participar na greve. Os professores sabem ainda que fragilizar a greve, por exemplo, para não perder um dia de salário abriria ainda mais as portas para, em futuro próximo, perderem o salário de todos os dias, uma vez que os atuais governantes já deixaram de olhar a meios para atingirem os seus fins. Olham apenas aos níveis de contestação a que estão sujeitos e esse está nas mãos também dos professores.

É verdade que às vezes nos podemos questionar sobre o resultado das muitas lutas que temos desenvolvido, mas esbarramos sempre numa verdade incontornável: sem essa luta a situação em que estariam os professores seria ainda mais negativa, tanto mais que os profissionais da Educação têm sido dos mais fortemente atacados por um governo cujos partidos em que se apoia, hipocritamente, se afirmavam solidários e preocupados. Mas foi a luta dos professores que permitiu acabar, por exemplo, com a divisão da carreira ou impediu o agravamento do horário devido à entrada em vigor das 40 horas.

Por estas razões, os educadores, os professores e os investigadores, como, aliás, todos os trabalhadores de uma Administração Pública que o governo quer reduzir a partícula, têm razões para amanhã, 8 de novembro, realizarem uma enorme Greve Geral.

O Secretário Geral da FENPROF, Mário Nogueira, acompanha a Greve Geral da Administração Pública em Coimbra, e esteve juntamente com outros dirigentes da FENPROF e do SPRC, às 8 horas, na Escola Secundária Jaime Cortesão, prestando aí as primeiras declarações aos Senhores/as Jornalistas que estiverem presentes.

O Secretariado Nacional da FENPROF