Nacional
Organizações sindicais reuniram em Lisboa (13/06/2013)

Professores firmes na luta

13 de junho, 2013

De forma responsável, os Sindicatos continuam a apostar no diálogo e na negociação. O desejável, explicou Mário Nogueira ao fim da tarde, “é que os problemas sejam resolvidos, mas se não houver resposta do MEC as organizações aqui presentes decidiram continuar as greves às avaliações nos dias 18, 19, 20 e 21 da próxima semana”.

O dirigente sindical falava, em conferência de imprensa, em Lisboa, no final da reunião dos sindicatos que, em conjunto, apresentaram pré-avisos de greve ao serviço de avaliações, primeiro para o período entre 7 e 14, e, depois, para o mesmo serviço, para os próximos dias 18, 19, 20 e 21 de junho.

“A greve vai continuar”, sublinhou Nogueira, ladeado, na Mesa desta conferência de imprensa, por dirigentes de outras organizações sindicais, que deixaram uma vibrante saudação aos docentes que em todo o país têm aderido à greve às avaliações”, numa clara demonstração de unidade, capacidade organizativa, determinação e firmeza.

“Ao quarto dia de greve, mantêm-se os níveis de adesão dos primeiros dias. Podemos afirmar que, no conjunto, 98 por cento das reuniões não se realizaram”, destacou Mário Nogueira.

O Secretário Geral da FENPROF condenou as situações de irregularidade que surgiram nalgumas escolas, nomeadamente com a marcação de reuniões para as 7 horas da manhã e para as 23 horas, ou reuniões a cada meia hora , professores com quatro reuniões à mesma hora, tentativa de marcação de reuniões para sábado, etc.

Face a estas situações, "as organizações sindicais irão atuar em coformidade, exigindo a reposição da legalidade".

Questionário e plenários

Nos dias 18 e 19 de junho será divulgado nas escolas um breve questionário, para perceber a sensibilidade e a disponibilidade dos docentes face à continuação da luta. Depois no dia 20 serão realizados plenários em todas as capitais de distrito, para reforçar esse apuramento. Dia 21, as organizações sindicais voltarão a reunir, para analisar a situação e tomar medidas, à luz das grandes  linhas de força que saírem das respostas ao referido questionário e dos plenários regionais.

Onda de solidariedade

Ao longo das suas declarações, tanto na conferência de imprensa como nos diretos para várias televisões e rádios, Mário Nogueira chamou a atenção para a "fortíssima  determinação dos professores" nesta luta difícil, mas necessária, referindo que "cresce, dia após dia, o número de cidadãos - figuras públicas e anónimos, pessoas dos mais variados setores, incluindo da área cultural e do espetáculo - que se solidarizam com a luta dos professores. Das greves até hoje realizadas na educação, esta é a que tem motivado mais solidariedade das populações", destacou o dirigente sindical.

Não há serviços mínimos!

O MEC quer agora ganhar na Secretaria o que perdeu em campo democrático
 – foi assim que o Mário Nogueira caracterizou a nota enviada pelo Júri Nacional de Exames (JNE), a convocar todos os professores e educadores de cada agrupamento/escola não agrupada para ficarem adstritos ao serviço de exames…O MEC, mau perdedor, usa o JNE como escudo e avança para outra irregularidade. "Lamentamos a atitude do MEC", realçou o dirigente sindical, que comentaria a dado passo:

"A mensagem do JNE não passa disso mesmo: uma mensagem...as escolas convocam os professores e estes o que fazem? Fazem greve!"

“Hoje os professores têm uma certeza: não há serviços mínimos. Portanto, dia 17 todos podem e devem fazer greve; todos devem aderir à greve, em defesa da profissão, em defesa da escola pública, democrática, de qualidade!”

“No próximo sábado a luta, fortíssima, sairá das escolas para as ruas, e teremos em Lisboa uma grande manifestação. Dia 17, teremos uma grande greve, numa luta nobre e determinada. Esta é a resposta que os docentes dão à política destruidora do MEC”, concluiu Mário Nogueira.

Negociamos em qualquer dia,
a qualquer hora...

Esta sexta-feira, dia 14, os sindicatos vão pedir a reabertura das negociações sobre mobilidade geográfica e mobilidade especial, através do exercício do direito à negociação suplementar. 

"Como já disse, estamos abertos para negociar com o MEC. Negociamos em qualquer dia e a qualquer hora, menos entre as 15h00 e as 19h00 do próximo sábado, que estaremos na manifestação nacional a descer a Avenida"...

"É prioritário que a negociação se reabra. Estamos sempre disponíveis para negociar com o Ministério. Nunca faltámos a nenhuma reunião...", concluiu Mário Nogueira. / JPO