Nacional
A propósito de declarações de Passos Coelho e Paulo Portas sobre a luta dos professores

A forma como o ano letivo terminará será sempre responsabilidade do governo

02 de junho, 2013

O governo parece ter finalmente acordado para os problemas que está a agravar na Educação, revelando preocupação com as lutas que os professores irão desenvolver, mas sem assumir compromissos claros em relação ao que está disposto a fazer para que se resolvam os problemas que levaram à convocação dessas lutas num quadro de grande unidade e convergência entre as organizações sindicais de docentes.

O Primeiro-ministro Passos Coelho afirmou não estar a pensar colocar professores efetivos em mobilidade especial. Independentemente, do preciosismo “efetivos”, é oportuno recordar anteriores pensamentos do Dr. Passos Coelho, entre outros, os de não cortar subsídios nem reduzir salários e também o de não despedir funcionários públicos. E se lembrarmos anteriores pensamentos do ministro Nuno Crato, tais como o de não se aplicar a mobilidade especial aos professores, não aumentar o horário de trabalho para as 40 horas ou o de vincular os professores com mais tempo de serviço… ficamos esclarecidos quanto à validade dos pensamentos e à seriedade política dos compromissos que os governantes assumem publicamente.

Também o ministro Paulo Portas veio apelar aos professores para que não fizessem greve neste período de exames que se aproxima. A esse apelo responde a FENPROF com outro apelo: que o governo de que Paulo Portas é, a par de outros, rosto principal desista de aplicar a mobilidade especial aos docentes, desista de despedir professores e desista de aumentar o horário de trabalho para as 40 horas, atentando, assim, gravemente, contra a qualidade do ensino com o único objetivo de eliminar milhares de postos de trabalho.

Se o governo mantiver
a sua intransigência...


Quem escolheu a oportunidade para avançar com estas propostas não foram os professores, foi o governo. Não sendo retiradas pelo governo, a quem compete lutar contra elas são os visados, sendo absolutamente ilegítimo pretender que os professores as aceitem e não lutem contra elas e/ou pretender condicionar a forma de lutar, ainda mais num momento como este que é marcado por atividade específica própria do final de cada ano letivo.

Pela parte da FENPROF, como já tem sido afirmado, a concretização das lutas em que, com outras organizações, está empenhada, depende principalmente do governo e da sua intenção de avançar com as medidas que apresentou. Se mantiver a sua intransigência, pode estar certo de que, para além das lutas anunciadas, outras serão desenvolvidas.

Se alterar as suas posições, então, decerto, será possível regressar à normalidade. Ninguém mais do que os professores está interessado nessa normalidade, mas ninguém mais do que os professores está determinado em defender a Escola Pública e a Profissão de Professor.

O Secretariado Nacional da FENPROF
2/06/2013