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3 MEDIDAS ESSENCIAIS PARA GARANTIR O REGRESSO AO ENSINO PRESENCIAL EM SEGURANÇA

Testagem e rastreio; Distanciamento físico individual; Equipamento de proteção individual.

04 de agosto, 2020

3 MEDIDAS ESSENCIAIS PARA GARANTIR O REGRESSO AO ENSINO PRESENCIAL EM SEGURANÇA

Alguns opinadores e responsáveis governamentais que escolheram a FENPROF como inimigo n.º 1 tentam colar as preocupações desta Federação com o regresso ao ensino presencial a um pretenso desejo de que esse ensino presencial não ocorra. Nada mais falso. Estudo realizado pela FENPROF e amplamente divulgado revela que os professores consideram que o ensino de emergência à distância não é Escola, exigindo o retomar da atividade presencial, salvaguardadas as necessárias condições de segurança.

Essa é a posição da FENPROF e, por esse motivo, tomou a iniciativa de, perante a inoperância de um ministro ausente, apresentar as suas propostas para a elaboração de um plano base de incidência nacional, sujeito a adaptações decididas pelas escolas e agrupamentos de escolas no uso da sua autonomia, em diálogo com as comunidades educativas.

Governo e Ministério da Educação optam pelo ataque à FENPROF e por ignorar um conjunto de condições que, de entre vários, três estudos sugerem.

Segundo a revista The Lancet Child & Adolescent Health, é possível evitar uma segunda vaga epidemiológica, se se tiver uma série de cuidados preventivos da doença, sendo que, no essencial, tal passa pela testagem e pelo distanciamento individual. Segundo essa revista, “um estudo de modelagem realizado pelo Colégio Universitário de Londres e a Escola de Higiene e Medicina Tropical” revela que, “se entre 59% e 87% das pessoas sintomáticas forem testadas e se houver um rastreio de contactos e medidas de isolamento eficazes, o Reino Unido consegue evitar uma eventual segunda vaga, mesmo reabrindo as escolas. (…) No entanto, se este reforço não acontecer, os investigadores estimam um novo pico da curva epidemiológica já em dezembro, se todos os alunos regressarem simultaneamente às aulas presenciais, ou em fevereiro de 2021, num cenário de regime misto”.

Este estudo admite, por isso, que o problema pode ser ultrapassado se as medidas preventivas e a criação de condições prévias ao regresso ao ensino presencial forem levadas muita a sério pelo governo. A FENPROF tem chamado a atenção e apresentado propostas muito concretas, quer ao governo português, particularmente ao ministério da Educação (desde 24 de junho), quer aos grupos parlamentares, como forma de valorizar a necessidade de serem tomadas medidas concreta s e eficazes que garantam o distanciamento físico individual e protejam as comunidades educativas.

A reforçar esta posição, conhecem-se estudos de abril deste ano (dados a conhecer pelo CEMP), que apontam inequivocamente para o facto de, tendo em conta “dados sobre carga viral, estimados pelos valores do ciclo limiar de RT-PCR em tempo real de 3.712”,  pacientes com COVID-19 que foram analisados ​​para examinar a relação entre a idade do paciente e carga viral SARS-CoV-2, de diferentes faixas etárias não apresentarem “diferença significativa entre qualquer par de categorias de idade, incluindo crianças. Em particular, esses dados indicam que as cargas virais nos mais jovens não diferem significativamente das que se encontram nos adultos”. São, aliás, estes resultados que levam à advertência “contra a reabertura sem regras claras de escolas e jardins de infância na situação atual”, pois as crianças podem ser tão infeciosas quanto os adultos. Estes dados resultam de um estudo elaborado na Alemanha sobre a situação na Coreia do Sul.

Um outro realizado sobre o que se passou em Wuhan (China, epicentro da pandemia) revela que “Com base nos dados, construímos um modelo de transmissão para estudar o impacto do distanciamento social e da escola na transmissão. Concluímos que apenas o distanciamento social, implementado na China durante o surto, é fundamental para controlar a COVID-19” (Changes in contact patterns shape the dynamics of the COVID-19 outbreak in China, Science, 29.04.2020).

Também o Washington Post publicava, recentemente, um artigo baseado em conhecimento científico sobre a evolução da pandemia, no qual se explicita que “crianças de qualquer idade podem ser suscetíveis ao coronavírus e capazes de disseminá-lo, de acordo com um relatório divulgado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças na sexta-feira, isto enquanto os Estados Unidos debatem se reabrirão as salas de aula dentro de poucas semanas. O estudo detalha um surto num acampamento de verão na Geórgia no mês passado, onde pelo menos 260 crianças - metade das quais tinham 12 anos ou menos - e funcionários contraíram o vírus em menos de uma semana. (consultar na íntegra)”

A menos de dois meses do regresso às aulas, o que faz o ME e o Governo? Contraria as próprias normas por si divulgadas no site da DGS.