Nacional
Apelo aos professores

Reiterada intenção do ministro de apagar o tempo de serviço impõe que se mantenha a greve

08 de julho, 2018

Colegas,

Foram necessários muitos dias de greve às avaliações para, finalmente, o Ministro da Educação marcar a reunião que reabre o processo negocial de recomposição da carreira docente, com destaque para a recuperação de todo o tempo de serviço que esteve congelado, mas, igualmente, para abordar outros aspetos, tais como a aposentação, os horários de trabalho ou o combate à precariedade.

Neste, como em todos os processos negociais, a FENPROF não abandona a negociação porque não abandona os professores que representa. Pela mesma razão, não cedeu à pressão do governo para apagar seis anos e meio de tempo de serviço cumprido, apesar da ameaça de serem apagados os nove anos, quatro meses e dois dias que estiveram congelados. À chantagem, os professores responderam com uma das mais fortes lutas de sempre.

Poderia a marcação da reunião, por si só, revelar-se um sinal de abertura do ME correspondido, pela parte dos professores, com a suspensão da greve. Porém, não quis o Ministro que a sua convocatória tivesse tal leitura e decidiu transformá-la num ato de provocação, inscrevendo-lhe as posições que levaram os professores à greve.

Por essa razão, aos professores pede-se que mantenham a sua greve e que no dia 11, quarta-feira, data da reunião no Ministério da Educação, todos os que possam, acompanhem essa reunião concentrando-se junto ao ME a partir das 15 horas.

Será tão importante manter a greve, como, sendo possível, estar junto ao Ministério da Educação durante a negociação, dando ainda mais força aos colegas que integrarão a delegação sindical que participará na reunião, ali permanecendo até que a mesma termine.

Colegas,

Esta não é uma luta fácil, como nunca são fáceis as lutas. Ainda nos lembramos de como foram duras e longas as lutas para acabar com a candidatura ao 8.º escalão, para recuperar integralmente o tempo de serviço já por várias vezes perdido, para eliminar a divisão da carreira em categorias, para pôr termo à requalificação e daí retirar os que já lá se encontravam ou para acabar com a PACC… Ganhámos todas, pois os professores com os seus sindicatos, estando a FENPROF na primeira linha, sempre souberam definir as estratégias negociais e de luta adequadas à obtenção dos resultados pretendidos.

Também desta vez alcançaremos os nossos objetivos, pois saberemos encontrar as formas e os momentos adequados de luta e não nos deixaremos dividir.

Mário Nogueira