Negociação Nacional
AUDIÇÃO PARLAMENTAR DO MINISTRO DA EDUCAÇÃO

Um vazio de ideias e de propostas que, a manter-se, provocará uma torrente de luta!

24 de maio, 2018

O Ministro da Educação e a sua equipa estiveram ontem na Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República, em Audição destinada a debater os problemas dos trabalhadores das escolas públicas, desde logo os professores e educadores. Foi poucochinho e só não foi uma desilusão, simplesmente, porque não havia qualquer ilusão. 

Para além da opção por um discurso generalista, como estratégia para não responder às questões concretas que lhe eram colocadas, e de algumas picardias políticas, destinadas a inutilizar tempo útil ao debate, o ministro pouco disse sobre os problemas dos professores, referindo-se, vezes sem conta, à importância da negociação com os sindicatos, confirmando ser um democrata não praticante. 

Sobre a indispensável recuperação integral do tempo de serviço prestado pelos professores, disse apenas que o ME apresentou uma proposta de aproximação à dos sindicatos, esquecendo que estes não têm qualquer proposta, mas uma exigência: a contagem de todo o tempo cumprido. 

Sobre os dois principais fatores de desgaste dos professores, o envelhecimento e os horários de trabalho, passou ao largo. 

Já sobre os concursos, passou à sua Secretária de Estado que, refugiando-se em aspetos técnico-jurídicos, tentou provar que as confusões criadas pelo Ministério da Educação, afinal, não só estavam corretas, como eram inevitáveis. Já em relação aos docentes que prestam serviço nas AEC, depois de meter os pés pelas mãos, lá acabou a confirmar que todos iriam ser integrados na 2.ª prioridade do concurso externo, não se percebendo por que foram daí retirados. 

E mais nada aconteceu de relevante naquela Audição. Se no próximo dia 4 de junho, nas reuniões que se realizarão com as organizações sindicais (FENPROF reunirá às 9:30 horas), for isto que o Ministro da Educação, em representação do Governo, tem para dizer aos professores, então, pode crer, vai ter os professores à perna. É que não se admite, é mesmo intolerável este desrespeito pelos professores traduzido em ausência de medidas que sejam soluções para os seus problemas

A FENPROF e os professores esperam que o Governo tenha compreendido o significado da Manifestação do passado dia 19 e que as posições de hoje do Ministro da Educação resultem, apenas, da falta de tempo para elaborar novas posições ou que, afirmando-se tão respeitador da negociação com os sindicatos, o Ministro tenha optado por as apresentar no próximo dia 4. É que, a não ser assim, a luta dos professores irá prosseguir e ainda mais forte. 

 

O Secretariado Nacional