Carreira Docente

ME lança o caos e recusa assumir responsabilidades

22 de setembro, 2003

A Federação Nacional de Professores (FENPROF) não pretende entrar em polémicas estéreis com o Ministério da Educação (ME), mas não pode deixar de expressar o seu mais vivo repúdio pelas declarações proferidas pelo Secretário de Estado da Administração Educativa e pelo Ministro da Educação a propósito dos problemas gerados com as colocações de professores, salienta um comunicado divulgado pelo Secretariado Nacional da FENPROF a 9 de Setembro. Mais adiante pode ler-se:
A FENPROF é uma organização responsável que tem desenvolvido a sua actividade no respeito pela dignidade pessoal, social e profissional de todos os docentes e sempre orientou a sua acção reivindicativa por objectivos que visam a melhoria da qualidade do ensino e das aprendizagens dos alunos. Lastimavelmente, estes planos foram conspurcados de forma soez pelos responsáveis políticos do Ministério da Educação que, na esteira da maior bojarda que algum dia se proferiu na vida política a das certezas dogmáticas e da infalibilidade quase - divina -, lançaram sobre os dirigentes da FENPROF, homens e mulheres que deram o melhor das suas vidas ao ensino e às escolas no desempenho profissional de múltiplas tarefas da mais alta responsabilidade, a calúnia mais vil a de pautarem as suas vidas pelas leis da mais repugnante hipocrisia, fingindo que são anjos sendo verdadeiros demónios que apenas pretendem destruir o ensino em Portugal. Nunca dois cidadãos dignos desceram tão ao rés da sordidez política. A verdade é tão-só esta: A FENPROF conhece a fundo a legislação e ponderou seriamente a sua afirmação de que se verificaram múltiplas irregularidades na 2ª fase do concurso de recrutamento de docentes dos 2º e 3º ciclos de ensino básico e secundário para o ano lectivo 2003/2004.
Tal como afirmou em recente conferência de imprensa, a FENPROF refuta a ideia de que, neste processo, estamos perante meros erros de digitação.
Para comprová-lo, apresentou à comunicação social uma listagem de irregularidades que vão claramente além de um carácter pontual e apontam para que sejam mesmo estruturais, o que levou à exigência da recolocação dos professores, em função da correcção das irregularidades registadas.
Aliás, no dia de hoje, muitas centenas de reclamações continuam a ser feitas por parte dos professores e é mesmo previsível que esse número se multiplique após a publicação das listas oficiais.
Rejeitando vivamente as inqualificáveis declarações dos responsáveis do ME, a FENPROF reafirma a sua disponibilidade para contribuir para a resolução do problema criado com as colocações dos professores e para que o ano lectivo que agora se inicia decorra com a necessária tranquilidade.