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Luísa Cordeiro, membro do Secretariado Nacional: "Estes tempos..."

30 de abril, 2020

LCordeiro

 

Luísa Cordeiro, membro do Secretariado Nacional

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Estes tempos que vivemos, que nunca pensámos viver;

Estes tempos, que abalaram as nossas vidas tão profunda e abruptamente, que alteraram as nossas rotinas, sem que contássemos, quase de um dia para o outro;

Estes tempos, que encheram os hospitais, que tiraram tantas vidas;

Estes tempos de emergência, de confinamento, de limitações, que separaram as famílias, isolaram as pessoas, que as fecharam em casa e que lhes roubaram a liberdade;

Estes tempos, que fecharam as escolas, arrancaram as crianças e jovens dos seus bancos, dos seus pátios, que obrigaram ao ensino a distância - uma realidade nova, com novos desafios e dificuldades;

Estes tempos, que fecharam estabelecimentos, fecharam teatros e cinemas, fecharam igrejas, museus, estádios, fecharam tudo, cancelaram competições desportivas, espetáculos, concertos, cancelaram tudo, esvaziaram as ruas, as praças, os jardins, os parques, pararam os carros, pararam os autocarros, pararam os aviões, os comboios, os aeroportos, os portos;

Estes tempos, de desconfiança, mas também de solidariedade, de altruísmo, de empenho, de dedicação e de profissionalismo;

Estes tempos, que atiraram para o layoff milhares de trabalhadores e muitos outros milhares para o desemprego, que violam os direitos dos trabalhadores, que lhes vedam o acesso à assistência especial a filhos, por estarem em teletrabalho, que lhes retiram a possibilidade de conciliação da vida profissional com a vida familiar, que os forçaram a tirar férias neste período de emergência;  

Estes tempos, de combate à pandemia, de limitações, de incertezas, de dúvidas, de novos desafios, de atropelos aos direitos;

Estes tempos, que nos mostraram que os imprescindíveis não são os que ganham milhões, são os trabalhadores, que fazem o país funcionar, aqueles que são desrespeitados e explorados;

Estes tempos, que roubaram o nosso tempo, são também de luta, não só contra a pandemia, mas da luta de sempre, que se impõe, agora, com razões acrescidas, contra os “velhos” e contra os novos e graves problemas!

Lutemos, unidos!

1.º de Maio – Lutar! Defender a Saúde e os Direitos dos Trabalhadores